Transmissões das sessões da Câmara pela TV Local não têm repercussão e custam caríssimo

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Quando decidiu pagar para veicular as sessões plenárias da Câmara Municipal de Manaus em canal aberto de televisão – aquele tipo de sinal que pode ser visto apenas com o uso de uma antena normal -, o presidente Wilker Barreto sabia que não encontraria grade de programação nas principais emissoras – TV Amazonas (Globo), TV A Crítica (Record), Band Manaus e TV Em Tempo (SBT). Ainda assim, tinha várias opções, como a RBN, Rede TV. TV Tiradentes e até um convênio com o Estado, para ocupar a grade da TV Cultura. Estranhamente, preferiu fechar um contrato com a Local TV, o obscuro canal 49, com traço de audiência.

Hoje, o cidadão que paga seus impostos desembolsa mensalmente nada menos que R$ 310.918,50 – o equivalente a mais de R$ 3,7 milhões por ano – para não ver as sessões plenárias. A transmissão em rede fechada da TV Câmara tem mais audiência que a Local TV, administrada pela empresa Rede Floresta Viva Comunicação Ltda., que venceu a tal licitação.

Fundada pelo empresário Cirilo Anunciação, que tinha planos ambiciosos, a Local TV funcionou inicialmente no prédio onde antes funcionara a VT-4, agência de publicidade que encerrou suas atividades em Manaus. Com equipe grande e qualificada, a empresa pretendia fazer uma programação jornalística 24 horas, agregada a um portal de notícias. O projeto naufragou em menos de um ano e 90% da equipe foi demitida. A programação foi redirecionadae a emissora passou a exibir programas “enlatados” e se transformou numa espécie de loja eletrônica, sem nenhuma repercussão.

Em tempos de crise, a Câmara rasga dinheiro com um contrato que, ao final, não permite ao cidadão fiscalizar melhor o trabalho de seus representantes e beneficia apenas a alguns poucos.

Com a palavra, o Ministério Público.

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