![]() Negligência? Imperícia? Excesso de confiança? Amadorismo? Um ou mais desses fatores ou até quem sabe todos eles reunidos, contribuíram para mais um caso despropositado e nebuloso dadas as circunstâncias em que o fato ocorreu e, as notas emitidas pelo Comando Militar da Amazônia, do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e dos Comitês olímpicos local e brasileiro para imprensa nas várias tentativas de explicar o abatimento de um exemplar de onça, animal em risco de extinção.
Tamanhos foram os erros e absurdamente incompreensível foi a inclusão do indigitado animal no roteiro e no trajeto da apresentação da tocha olímpica, que o Ministério Público Federal no Amazonas abriu uma investigação para encontrar os culpados na morte do exemplar da fauna amazônica.
Estudiosos do comportamento de animais selvagens, ONG,s defensoras da causa animal, institutos de pesquisa e até a imprensa estrangeira, têm batido forte e com merecimento, na exposição indevida de Juma, nome da onça pintada abatida, num evento de grande afluxo de pessoas e de veículos, sobretudo num dia quente, de sol forte e sob a presença constante de fogo, fatores altamente estressantes para felinos selvagens como no caso presente.
Apressadamente, um general de alto coturno do comando militar da nossa região no afã de justificar o triste e lamentável fato, saiu com a desculpa de que não estava programado que a onça do CIGS participaria do evento e que abriria uma sindicância para apurar os fatos.
Ocorre que esse rocambolesco e evitável episódio trouxe à baila dúvidas e perguntas a serem respondidas particularmente pelo comando do CIGS: Está aquela unidade e estão seus tratadores realmente preparados para lhe dar com animais selvagens, especialmente felinos, sem que profissionais e visitantes não corram riscos? Há realmente necessidade de retirar do seu habitat natural animais em risco de extinção apenas para exibicionismos? Não está o exército em franco desvio de finalidade e gastando orçamento e dinheiro mantendo um “zoológico” cujas atividades bem poderiam ser tocadas pela iniciativa privada? Valeu a pena abater um animal em risco de extinção?
O fato é que por razões inexplicadas até agora, um animal selvagem foi abatido numa solenidade absolutamente desnecessária, um pedaço de metal com fogo na ponta desfilou por nossa cidade com custos exorbitantes para um país em crise econômica e um povo desempregado, apenas com o tresloucado intuito de atender a um evento cujos organizadores e patrocinadores não sabem nem que são Dona Maria e Seu João da periferia de Manaus que clamam por atendimento nos postos de saúde, imaginem quem era Juma, a pobre onça abatida e cuja vida foi ceifada injustificadamente apara atender aos apelos de consumo de uma sociedade local e internacional de costas para a Amazônia.
Nas olimpíadas da vida nem os animais selvagens estão a salvo!
Té logo!
Sds Ronaldo Derzy Amazonas
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