O vereador Rodrigo Guedes (PP) divulgou, na manhã deste domingo (16/03), um vídeo em suas redes sociais revelando o verdadeiro motivo do cancelamento do concurso público da Câmara Municipal de Manaus (CMM). O parlamentar esteve presente, na última quinta-feira (13/03), no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) durante uma reunião com 24 vereadores. Ele foi o único contrário à decisão de anular o certame. O presidente da Casa, David Reis (AVANTE), disse que não há orçamento para nomear aprovados no concurso. “Ficou muito claro durante a reunião que o presidente não pretende fazer um novo concurso. Segundo David Reis, não há orçamento para nomear aprovados no concurso. Não haveria orçamento para nomear sequer esses 83 aprovados”.
O parlamentar demonstrou indignação com a situação de mais de 20 mil pessoas que realizaram o concurso da CMM com a esperança de uma vida financeira estabilizada. “Eu vou falar aqui o que provavelmente nenhum outro vereador vai ter coragem de falar. A verdade é que o presidente da CMM, o vereador David Reis, simplesmente não quer fazer um novo concurso. Ele vai fazer de tudo o possível para que simplesmente esse concurso não aconteça”, afirmou.
O anúncio do cancelamento total do concurso aconteceu na última sexta-feira (14/03), durante uma coletiva no MP-AM. Segundo Guedes, o presidente da CMM não quer cortar os comissionados. “Foi uma verdadeira fome com a vontade de comer. E aproveitou que ele já queria fazer, que era não nomear, e simplesmente anulou o concurso. A partir daí, vai economizar um dinheiro que ele iria gastar, ele iria utilizar ou investir com a nomeação de 83 aprovados. Cerca de R$ 500 mil por mês, com todos os impostos. Ou seja, por ano, cerca de R$ 6 milhões. Cortar cargos comissionados, que existem 257 cargos comissionados da CMM fora a verba de gabinete? Cortar contratos sem licitação? Cortar cartão, aumentos de salário? Não. Se é pra sacrificar alguma coisa, eles preferem sacrificar em estatutários, em pessoas que podem vir a compor o quadro da CMM a partir de um concurso”.
No video, o parlamentar ainda prevê que um.proximo certame deve ser protelado o máximo possível. “Então, na prática, o que deve acontecer é ele simplesmente ficar empurrando com a barriga e simplesmente fazer de tudo pra protelar o máximo possível a realização de um novo concurso ou até não realizar. A tendência que deve acontecer, mas essa é a realidade, é que aquelas pessoas que foram aprovadas no concurso e com a anulação, obviamente que foram prejudicadas porque não serão chamadas, devem judicializar e o presidente da CMM deve usar a judicialização para dizer que não tem como realizar um novo concurso enquanto não for julgado o caso. Como a nossa justiça infelizmente é lenta, esse processo tende a se protelar. Só para você ter uma ideia, o processo do concurso do ano de 2003, se eu não me engano, agora em 2024, que terminou e agora que as pessoas que foram aprovadas foram convocadas, aqueles remanescentes”.
Guedes ressaltou que, durante a reunião, o presidente David Reis deixou claro que não quer cortar outras verbas para nomear aprovados. “O presidente da Câmara Municipal de Manaus nessa reunião deixou muito claro que ele não quer cortar outras verbas para nomear aprovados, ele quer economizar esse recurso. Porque para quem não gosta de ter um quadro qualificado com pessoas técnicas não nomeadas politicamente, é melhor economizar nisso do que em outras formas de fazer política ou até quem sabe, negócios suspeitos ou escusos. O MP, para concluir, fez uma recomendação de um novo concurso, só que é uma recomendação. Recomendação não é obrigação. O MP sequer tem como obrigar a CMM a realizar um novo concurso. Deu seis meses na recomendação e muito facilmente o presidente pode pedir uma prorrogação e aí vai acabando o mandato de eleição de dois anos e se acontecer, é para o ano que vem a realização, e, se for chamado, só para 2027. E olhe lá, existe uma grande tendência de nada disso inclusive acontecer”, concluiu.
O vereador Zé Ricardo também usou as redes sociais para lamentar o cancelamento total do concurso. “Não participei da decisão de vereadores sobre o assunto. Quem vai pagar pelos gastos do concurso anulado? E os candidatos, quem vai indenizá-los? Muita irresponsabilidade. Precisa ser melhor esclarecido”, questionou o parlamentar.
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