De forma até surpreendente, a presidente do PT, senador Gleisy Hofmann, e um dos principais nomes do partido no Senado, o senador carioca Lindberg Farias, uniram baterias ao Governo Temer, que dizem combater, e atacaram fortemente o polo de concentrados e os próprios benefícios concedidos pela Zona Franca de Manaus, na sessão de ontem, quando a bancada do Amazonas tentava votar o decreto legislativo (PDS) 57/2018, que derruba o decreto presidencial que reduziu os incetivos para o Polo de Concentrados.
O projeto foi colocado em pauta ontem, mas não houve quórum suficiente para a votação. Eram necessários 41 senadores em plenário, mas somente 31 registraram presença.
Editado pelo Governo Federal no fim de maio, o dispositivo reduz de 20% para 4% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os concentrados de bebidas não alcoólicas, comprometendo a manutenção dos 14 mil empregos, entre diretos e indiretos, gerados pelas 31 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), e a integridade da Floresta Amazônica.
Durante a sessão, o senador Eduardo Braga (MDB) salientou que o projeto defendido por ele e pelos demais representados do Amazonas no Senado resgata a segurança jurídica da ZFM –único projeto de incentivo fiscal resguardado pela Constituição Federal. “O modelo não é um presente ao povo amazonense. É uma contrapartida pelos serviços ambientais que os amazônidas e amazonenses prestam à nação brasileira”, esclareceu. “Nós não podemos desmatar 80% das nossas propriedades, como podem aqueles que estão no Rio de Janeiro, no Paraná e no Rio Grande do Sul”, completou.
O parlamentar destacou, ainda, que a população amazonense contribui para a prosperidade das demais regiões do país ao garantir a integridade da Floresta Amazônica. “Sem a floresta de pé, não existiriam as hidrelétricas, a produção de soja e o microclima, que permite ao Paraná e ao Rio Grande do Sul produzirem as uvas e o vinho”, disse ele, que enumerou a série de dificuldades enfrentadas, especialmente, pelos cidadãos que vivem no interior do Amazonas. “Não temos direito à aprovação da licença ambiental para BR-319, à aviação regional e a estradas. Dependemos exclusivamente do transporte fluvial.”
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