Marginalizada pelos europeus, a capoeira se tornou, ao longo do tempo, expressão máxima da cultura brasileira. Arte marcial que mistura cultura popular e música, quase foi esquecida ao longo dos séculos no País. E para que isso não aconteça, vários projetos educacionais visam resgatar esses hábitos, uma vez que a brincadeira é também coisa séria. É o caso do projeto “Roda de Resgate da Capoeira na Praça”, em Manaus.
As rodas acontecerão no primeiro sábado de cada mês, até novembro, no Centro Cultural Largo São Sebastião, localizado na rua Dez de Julho, s/nº, no Centro Histórico de Manaus. Para participar, basta marcar presença no local, a partir das 16h. Na roda não haverá limite de idade, para que todos possam interagir e aprender.
Segundo o capoeirista responsável pelo projeto, Francisco Oliveira, de 52 anos, os manauenses ainda desconhecem a prática desse esporte. “A nossa sociedade precisa saber que a capoeira é uma atividade completa para o ser humano, que mistura a questão da atividade física e disciplinar. Isso porque a música traz mensagens educativas, além de incentivar os alunos a tocar o berimbau, o atabaque, o pandeiro e os demais instrumentos”, disse.
Inclusão – Outro foco do projeto está na inclusão. Nas rodas, não haverá nenhuma distinção quanto ao sexo ou idade da pessoa que quiser participar. Segundo Oliveira, a ideia passa pela interação entre pessoas diferentes, provocando diretamente o senso de coletividade dos brincantes. “Não há limites para a Capoeira. Todos podem participar!”, garante o instrutor, que é considerado capoeirista Grão-Mestre, por ter mais de 35 anos de prática do esporte.
Nas apresentações, ainda serão convidados outros capoeiristas experientes, como o Eudércio Gusmão, de 63 anos, mais conhecido como Mestre Nenê, e Thiago Litaiff, mais conhecido como Mestre Brutus.
Lei de obrigatoriedade – Atualmente, existe no Brasil uma lei que reconhece o caráter educacional e formativo da capoeira, autorizando escolas públicas e privadas da educação básica a fechar parcerias com entidades que reúnam profissionais de capoeira. É o Projeto de Lei do Senado (PLS) 17 de 2014.
Segundo Francisco Oliveira, esse projeto só aumenta o rendimento dos alunos nas escolas. “Essa lei é extraordinária! Porque o benefício educativo da capoeira ultrapassa os limites da brincadeira. Não passa apenas a questão da luta, mas os valores de respeito e colaboração, por exemplo”, contou o Mestre que é tido como o primeiro cidadão a entrar com a Capoeira em uma escola em Manaus, na década de 70, quando ainda estudava na Escola Estadual Márcio Nery.
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)