Professores universitários, reunidos em Cuiabá, defendem a realização de uma greve geral no país

Reunidos em Cuiabá (MT) durante toda esta semana, professores universitários que participam do 36º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, o maior evento da categoria, defendem o agendamento de uma greve geral dos trabalhadores do país, para protestar contra medidas do Governo Federal, que impõe prejuízos aos trabalhadores.

Oito representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas participam do evento, com direito a voz e voto. Eles estão entre os que defendem que o Congresso é uma oportunidade de fortalecer a categoria, por meio da elaboração de uma agenda de enfrentamento a medidas regressivas como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que trata da Reforma da Previdência, cujo texto impõe ao trabalhador mais tempo de contribuição e dificuldades no acesso à aposentadoria.

A presidente da ADUA, professora Guilhermina Terra, defendeu a ampliação do âmbito da luta, sinalizando o fortalecimento da aliança com a classe trabalhadora em geral. “Temos que intensificar a campanha a favor das instituições estaduais, já que, atualmente, a situação delas é crítica e emergencial. Caso a proposta do governo em relação às universidades estaduais seja aprovada, em breve as instituições federais também serão prejudicadas”, observou. “Além disso, nossa atuação não se limita à categoria docente. Devemos somar esforços com a classe trabalhadora rumo à greve geral”.

A opinião é compartilhada pelo professor Josenildo Souza, docente do Instituto de Natureza e Cultura (INC), campus da Ufam em Benjamin Constant, que reafirmou a importância de formular estratégias para a efetivação de uma greve geral. “É uma ação necessária diante da retirada dos direitos constitucionais, o que envolve ataques à legislação trabalhista, aposentadoria e a PEC do fim do mundo”, afirmou.

“O congresso acontece numa conjuntura bastante particular, marcada pelo pós-impeachment e a reconstrução do horizonte de lutas da esquerda. No caso específico da educação, este congresso tem ainda o objetivo de pensar ações para barrar a privatização da educação pública no Brasil, cujo alcance vai do ensino básico ao superior”, observou o professor Luiz Fernando de Souza, docente do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), unidade acadêmica da Ufam em Manaus. “Estamos elaborando um conjunto de itens para atingirmos a unidade na luta”, acrescentou.

Instância deliberativa

Sediado na Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, o 36º Congresso do ANDES segue até sábado. Até lá, entram em pauta as Políticas Sociais e Plano Geral de Lutas. Na sexta pela manhã será realizada a plenária do tema III (Plano de Luta dos Setores). No mesmo dia, a partir das 15h, os professores abordarão Questões Organizativas e Financeiras (Plenária do tema IV), que prosseguirá na pauta do debate da manhã de sábado. À tarde, ocorre a plenária de encerramento do congresso.

No primeiro dia de evento, após intenso debate, foi aprovada como centralidade da luta do Sindicato Nacional para 2017: “Defesa dos serviços públicos e do projeto de educação do ANDES-SN, referenciado no Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira, lutando pela autonomia e valorização do trabalho docente, construindo ações na luta contra a intensificação da retirada de direitos, contra a apropriação do fundo público pelo capital, e a criminalização dos movimentos sociais e todas as formas de opressão. Intensificação do trabalho de base, em unidade com a CSP-Conlutas, as entidades da educação e demais organizações do campo classista, na perspectiva da reorganização da classe trabalhadora, pelo Fora Temer e da construção da greve geral”.

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