Finalmente a campanha eleitoral em Manaus vai ter um clima mais quente. E foi o segundo colocado nas pesquisas que decidiu esquentá-lo. Marcelo Ramos, que vinha adotando um tom mais ameno, partiu para o ataque nas últimas 48 horas. Primeiro disse que o prefeito Arthur Neto mudou o sistema do Terminal de Passageiros da Cachoeirinha, o T2, prejudicando a população. Ontem, repetiu Silas Câmara, que logo no início da propaganda eleitoral usou a arrecadação maior da prefeitura em relação à administração passada para dizer que a atual gestão fez menos com mais dinheiro. Por fim, respondendo a um eleitor que questionou o apoio do governador José Melo no Facebook, Marcelo insinuou que o mandatário estaria, na realidade, apoiando seu vice-governador, Henrique Oliveira. Este negou e rebateu, afirmando que o PROS, partido presidido no Amazonas por Melo, está na coligação de Ramos e este tenta a todo custo esconder isso, temendo a rejeição do aliado.
Nos bastidores, comenta-se que a mudança de tom de Marcelo se deve à estagnação de sua campanha nas pesquisas e à aproximação cada vez maior de adversários que estão abaixo dele, como Serafim Corrêa, Hissa Abrahão e o próprio Henrique Oliveira. Silas estaria ficando para trás, segundo estas mesmas projeções.
Entre os coordenadores da campanha de Marcelo existem duas correntes, uma defendendo a postura mais amena e outra que o quer agressivo como foi em 2014. O problema é o apoio de Melo. A coligação ainda não encontrou a resposta perfeita para justificar a inclusão do PROS entre os apoiadores. Há entre os aliados quem defenda que Marcelo deve aparecer só a maior parte do tempo, escondendo também lideranças como Omar Aziz, Pauderney Avelino e o próprio vice, Josué Neto, que lembrariam Melo. As resistências a esse formato, entretanto, são enormes e partem dos próprios partidos aliados, preocupados em preservar a visibilidade de seus comandantes.
Vivendo o drama de uma campanha que ainda não achou o tom, Marcelo decidiu arriscar e vai esquentar cada vez mais o clima. Quer se firmar como o anti-Arthur e polarizar de vez a eleição com este, impedindo a aproximação dos demais concorrentes.
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