Os representantes da Prefeitura de Manaus, escalados para prestar esclarecimentos aos vereadores hoje, na Câmara Municipal, anunciaram a instauração de duas comissões de sindicância para apurar o envolvimento de funcionários públicos e a utilização de bens públicos na noite do assassinato do engenheiro Flavio Rodrigues dos Santos. Eles também negaram qualquer atitude do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) no sentido de intervir na questão, revelando que, no domingo (29), no momento em que ocorreu o crime, a autoridade passava por um procedimento médico no Hospital Adventista, localizado no Distrito Industrial.
Compareceram à Câmara o secretário de Relações Institucionais, Luiz Alberto Carijó, e o procurador geral do município, Rafael Albuquerque Oliveira. Eles disseram que o caso está sendo acompanhado de perto pela administração municipal. Também afirmaram que o sargento PM Eliseu da Paz de Souza, responsável pela segurança do enteado do prefeito, Alejandro Valeiko Molina, foi à residência deste, no condomínio Passaredo, bairro da Ponta Negra, zona Oeste de Manaus, sem receber ordem de ninguém na Prefeitura. “Normalmente este tipo de profissional realiza o policiamento intermitente, ou seja, pode comparecer ao local de trabalho a qualquer momento. Foi o que ocorreu naquela noite”, disse Carijo.
Questionado pelo vereador Chico Preto (sem partido), que quis saber sobre o envolvimento do funcionário Walter Nascimento, que acompanhou Alejandro na viagem ao Rio de Janeiro, Carijó disse que, àquela altura, não havia mandato de prisão contra o rapaz. “O Nascimento é pessoa de extrema confiança do prefeito e se ofereceu para acompanhar o enteado dele, num momento em que ele ainda não era considerado suspeito. Não há nada de irregular nisso”, afirmou.
Vários vereadores usaram o tempo que lhes foi destinado durante a sessão – três minutos – para dizer que estavam sendo condenados pela opinião pública por causa de uma investigação que não lhes cabe. O líder do prefeito, Marcel Alexandre (Podemos), chegou a se emocionar ao dizer que preferia ser linchado publicamente várias vezes, desde o caso fosse solucionado e as lágrimas da mãe do engenheiro fossem enxugadas. “Eu perdi o sono esta noite pensando nisso. Quando vi o depoimento desta senhora chorei junto com ela. Queria poder lhe devolver o filho, mas não posso. Então o que me cabe é torcer para que tudo seja esclarecido e os culpados punidos. Nosso papel aqui é aguardar o fim do inquérito e tomar as providências que forem necessárias”, disse ele.
A Câmara vai aguardar agora os desdobramentos do inquérito para definir seus próximos passos.
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)