Policiais já ajudaram sete mães em partos improvisados desde o início do ano

Eles têm como missão salvar vidas e garantir a segurança, mas no patrulhamento diário, homens e mulheres da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas vão além. No socorro à população, chegam a atuar no momento sublime do parto, quando a viatura se torna o local do nascimento de um bebê.

Até abril, os servidores da PM e dos Bombeiros ajudaram a trazer ao mundo sete crianças, na capital e interior. Nos últimos meses, ganharam destaque no noticiário os partos com apoio dos militares, em diferentes zonas da capital amazonense e também no interior do estado. Em todos os casos, as histórias convergiram para o mesmo ponto: salvar vidas.

Foi o que aconteceu com o sargento Theomário Paixão e o soldado Waysser Souza, da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), no último dia 7 de março. Em patrulhamento na rua Leopoldo Peres, no bairro Colônia Oliveira Machado, zona sul de Manaus, avistaram uma mulher grávida pedindo ajuda em um ponto de ônibus. A mulher em questão era a venezuelana Yudeni Acosta, de 25 anos, acompanhada da mãe dela. Os policiais acolheram a mulher e a mãe para levá-las a uma maternidade. No trajeto, as contrações aumentaram e os policiais precisaram agir.

“Eu disse para o meu parceiro que, naquele momento, éramos eu, ele e Deus para ajudar a fazer o parto daquela mulher, e foi o que fizemos. Quando percebi, o bebê já estava nascendo, e eu o segurei nos meus braços. Ele chorou, e então fomos rápido para maternidade, para ela e a criança receberem atendimento”, relata o sargento Theomário.

Segundo o soldado Waysser, a experiência de auxiliar um parto ficará para sempre na memória. “Foi mais do que uma ocorrência policial, foi uma providência de anjo para salvar duas vidas, e isso prova que a Polícia Militar está presente na sociedade, que ela não está lá só para prender, para manter a ordem, mas fazendo a prioridade, que é salvar vidas”, diz.

Braço amigo – Mais que o braço armado do estado, a Polícia Militar é comunitária e se mantém pronta para atender ao cidadão quando precisa de ajuda. Há uma semana, a cabo Jaciara Lucena, da 18ª Cicom, também passou pela experiência de auxiliar o nascimento de uma criança.

A militar dirigia a viatura em patrulhamento quando foi acionada para uma residência no bairro Colônia Terra Nova, zona norte, onde a dona de casa Maiara Silva, 24, estava em trabalho de parto.

“Quando eu cheguei, o bebê já estava nascendo no chão da residência. Lavei minhas mãos, passei álcool, coloquei um par de luvas limpas e segurei a criança. Em seguida, a mãe estava ainda com muita dor e queda de pressão, então ajudei a higienizá-la e conduzi-la ao hospital para passar por procedimentos”, conta.

De acordo com a cabo Jaciara, após o susto e a tensão para salvar mãe e bebê, o sentimento foi de alívio e alegria. “Nós trabalhamos salvando vidas, mas não dessa forma. Geralmente são vítimas de assaltos, de roubos, mas nesse caso, como não havia tempo, nós fomos protagonistas”, comentou a policial.

Mãe de um menino de 10 anos, para Jaciara, a experiência foi gratificante e emocionante. “Eu me vi naquela situação, pois sei o que é dar à luz uma criança, então eu fiquei muito feliz por ter feito isso e por ter dado tudo certo”, disse.

Para a Maiara, a ação da policial foi primordial para o nascimento de seu pequeno William Bryan. “Foi muito importante ter o apoio dela, porque poderia ter tido um desfecho ruim. Eu não sei o que poderia ter acontecido se ela não estivesse aqui”, afirmou.

Bombeiros – A caminho de casa, voltando do trabalho, o cabo do Corpo de Bombeiros, Fabrício Ramos, teve a atenção voltada para um grupo de pessoas ao redor de um carro, na rua Hokkaido, bairro Parque Dez, zona centro-sul, no dia 16 de abril.

Ao se aproximar da aglomeração, o bombeiro percebeu que se tratava de uma mulher em trabalho de parto. “O bebê já estava nascendo, então peguei um kit de primeiros socorros simples, de que eu dispunha no momento. Após a criança estar com a mãe, solicitei apoio da 23ª Cicom, que de pronto nos atendeu e escoltou até a maternidade”, disse.

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