No sábado, os homens armados atiraram contra as pessoas e queimaram as casas. Oliveira foi atingido por disparos e teve parte do corpo queimado. Conforme a CPT, dezenas de famílias fugiram em pânico para a floresta. Até a manhã desta terça-feira, 2, várias pessoas continuavam desaparecidas. Além da casa do líder do seringal, outras duas foram incendiadas.
A Polícia Militar de Lábrea informou que uma equipe foi à região e estava em busca das pessoas desaparecidas, mas não foram encontrados outros corpos. A hipótese é de que as pessoas tenham se refugiado em vilas próximas, como o distrito de Nova Califórnia, em Rondônia. O agricultor morto havia comprado uma área no seringal, onde também fazia cultivos e criava animais. Ele deixou esposa e três filhos.
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Conforme a CPT, a morte do seringueiro é a segunda de liderança camponesa na região norte do país nos últimos dias. No dia 24 de março, a líder do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Dilma Ferreira Silva, foi assassinada com o marido e um amigo da família, no assentamento Salvador Allende, em Tucuruí, sudeste do Pará.
A Ponta do Abunã, na fronteira com a Bolívia, é uma região de grandes riquezas naturais, cercada pelas florestas nacionais do Iquiri e Bom Futuro, pelo Parque Nacional Mapinguari e a Reserva Extrativista Ituxí, por isso também atrai interesses econômicos e é palco de conflitos. Em maio de 2011, o líder do Movimento Camponês Corumbiara, Adelino Ramos, o Dinho, sobrevivente do massacre de Corumbiara, foi assassinado nessa região.
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