Um dos temas que a oposição ao prefeito Arthur Neto ()PSDB) tem trazido a baila nesta campanha eleitoral é o crescimento na arrecadação da Prefeitura de Manaus. O primeiro a abordar o assunto, logo no início do horário eleitoral, foi o deputado Silas Câmara (PRB). Agora quem trata do mesmo tema é Marcelo Ramos (PR). O blog procurou ouvir especialistas no assunto e todos foram unânimes em dizer que comparar dois períodos distintos, sem levar em conta as variações da economia, é pura demagogia.
A análise dos candidatos não leva em conta o crescimento populacional da cidade, a inflação de quatro anos, as correções monetárias dos repasses e o aumento anual de salários de servidores.
Em 2012, quando Arthur venceu a primeira eleição, a população de Manaus era de 1.861.838 habitantes. Em agosto de 2016,, segundo o IBGE, ela saltou para 2.200.000 pessoas. Cerca de 340 mil a mais, o que gerou naturalmente um aumento de gastos da Prefeitura.
Na comparação que mostram, os candidatos citam a arrecadação no primeiro ano de governo do ex-prefeito Amazonino Mendes (PDT), em 2009. Se for essa a data considerada, existe aí uma inflação acumulada de 45,55%, de acordo com dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Por outro lado, a arrecadação no período Arthur Neto foi sempre menor que a meta, ao contrário do que ocorreu na administração anterior. Por causa da crise, que começou em 2011, a receita da Prefeitura de Manaus sempre foi menor que a projeção. Em 2013 a projeção era de R$ 3,4 bilhões, mas a Prefeitura fechou o ano com R$ 3,2 bilhões; em 2014 a projeção era de R$ 4 bi, fechando o ano em R$ 3,9 bi; em 2015 a projeção era de R$ 4,5 bi, fechando o ano em vertiginosa queda de R$ 3,8 bi; e neste ano, a projeção é de R$ 4,3 bi, sendo que em julho a receita chegou a apenas R$ 2,7 bi.
Um dado importante, omitido propositalmente pelos opositores do prefeito, diz respeito aos salários. Os servidores da Saúde, por exemplo, tiveram aumento de 32,54% entre 2013 e 2016, enquanto que os vencimentos dos servidores da Educação tiveram um acumulado de 37,78% no mesmo período.
Marcelo Ramos incluiu em sua análise o que seria um “desperdício de investimentos” e cita o caso da obra de revitalização da avenida Eduardo Ribeiro. Neste caso, mostra que não conhece a administração municipal, porque a iniciativa não tirou dinheiro dos cofres municipais, mas teve recursos advindos de medidas compensatórias de empresas que tinham pendências a serem pagas ao Instituto Municipal de Planejamento Urbano.
O candidato também citou o Amazônia Live, desconhecendo que foi um evento da iniciativa privada, com recursos do empresário Roberto Medina, dono da marca Rock In Rio, que mostrou Manaus para todo o mundo, sem qualquer contrapartida do Executivo Municipal.
A análise de números e investimentos mostra-se, portanto, totalmente equivocada.
Colaborou, com dados sobre a administração municipal, o jornalista Mario Adolfo Filho
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