Contemplado no Edital Demais Linguagens, da “Lei Paulo Gustavo”, realizado pela Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), vinculado à Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (ManausCult), o projeto “Arte com Reciclagem”, da artista amazonense Suely Ojara tem prosseguimento, com a participação de comunitários do bairro de São Jorge.
Os alunos têm desenvolvido objetos artísticos com materiais descartáveis, que vão desde carretéis de linha, tampas, latinhas, rolos de sacos plásticos, tubos, esponjas, tudo que as pessoas costumam jogar fora no lixo comum e que pode ser aproveitado a partir de um olhar artístico e responsável.
Realizado às quartas e sextas-feiras, das 18h às 20 horas, a oficina segue até o dia 19 de junho, como forma de sensibilizar a comunidade local sobre a importância de lidarmos melhor com os resíduos sólidos (popularmente chamados de “lixo”), desenvolvendo um consumo consciente e descobrindo formas de minimizarmos os impactos causados pelo acúmulo de produtos descartáveis no meio ambiente.
Segundo a artista Suely Ojara, a oficina está sendo uma experiência nova com os alunos. “Nesse meio tempo de curso, já avançaram muito com as criações artísticas de objetos decorativos, com materiais que iriam para o lixo, como garafas pet, papelão, arames, tampinhas e outros itens”.
A artista fala com entusiasmo dessa oportunidade que o projeto possibilitou: “Acho que a oficina desperta uma necessidade que, de certa forma, todos nós estamos observando. Só temos um planeta, e precisamos cuidar dele. Então, a oficina possibilita essa reflexão, melhora a visão deles, até em proteger os igarapés locais, evitando, inclusive, que esses produtos descartáveis acabem por causar poluição e prejudiquem a saúde da comunidade”.
Sobre Suely Ojara
Maria Suely Ferreira de Souza, ou, simplesmente, Suely Ojara, nome artístico que adotou, nasceu em Manaus, Amazonas, onde vive e desenvolve seus trabalhos artísticos há mais de duas décadas.
Sua trajetória teve início ainda na infância com rabiscos que fazia com a caneta BIC, desenhando figuras geométricas com traços firmes, a olho nu e livremente, ao invés do uso da régua.
Suas figuras geométricas saíram do papel A4 para as telas de pintura, para as blusas, roupas, paredes. E passaram a ocupar outros espaços. Ganharam vida através de outros objetos, outras concepções, que não simplesmente as tintas e o papel.
Ojara passou também a esculpir seus personagens. E descobriu que à sua volta, por todos os cantos, seus personagens podiam nascer; fossem de latas velhas descartadas como lixo, arames, linhas, panos, plásticos, enfim.
Autodidata, Ojara teve incursões por oficinas e cursos de formação artística, como o Processo Criativo Contemporâneo – Desenho, Pintura e Objetos Esculturais, pelo Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas.
Sua primeira exposição, “Pássaros in love”, em 2001, no Espaço Cultural Mar Azul, foi um sucesso, vendeu todas as peças para o Hotel Ariaú Tower. Ojara falava sobre o amor e a liberdade dos pássaros, em 12 telas de 1 metro por 1m20.
Ojara fez outras exposições: Lunáticos (Bar Açaí e Cia, em 2002), Atípicos (Espaço Cultural Galvez, em 2003), De cara com a vida (Sesc, 2010).
Também participou de exposições coletivas: Itinerantes (INPA, 2003), Pintando as bandeiras (Assembleia Legislativa do Estado, 2003), Pássaros (Projeto Arte Manaus, Fundação Villa Lobos, em 2004), Temperamentos – Jardim da Felicidade Possível (Universidade do Amazonas, em 2004), Por um fio (Centro de Artes da Universidade do Amazonas, 2006 e Música Transcendental (Casa de Cultura Ivan Marrocos, Porto Velho, RO, 2007.
Mais recentemente, a artista plástica brindou o público manauara com a exposição O grito de Ojara, realizada no espaço cultural Casa Oca e Jápeto, com totens que representam várias expressões de raiva, dor, gritos e injustiças que marcam um passado recente da história do Brasil.
Criadora de objetos artísticos e obras de arte inéditas, Suely Ojara tem desenvolvido peças lúdicas em objetos diversificados, criado murais e uma vasta linha de arte sobre peças de roupas, além da inovação constante de seus trabalhos.
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