O dilema do PT-AM, sempre dividido entre ideológicos e pragmáticos

As tendências internas do Partido dos Trabalhadores (PT) que se opõem àquela liderada pelo deputado federal José Ricardo Weddling devem recorrer da decisão da Direção Nacional da legenda, tomada ontem, de não referendar o posicionamento do Diretório Municipal, que indicou o deputado estadual Sinésio Campos para disputar a Prefeitura de Manaus este ano.

“Foi uma atitude autoritária. O partido sempre respeitou as instâncias. Já está provado que, quando isso não acontece, o resultado é muito ruim. Aqui mesmo no Amazonas já ocorreu outra vez e a legenda foi rachada para a eleição”, diz o presidente do PT em Manaus, o sindicalista Valdemir Santana.

Na verdade o PT do Amazonas vive um drama eterno, desde os anos 90. De um lado ficam os militantes mais ideológicos, ligados à Igreja Católica e à Universidade. De outro os chamados pragmáticos, mais ligados ao Sindicatos e outras entidades de classe. José Ricardo é o atual expoente do primeiro grupo e Sinésio representa o segundo.

Os dois times são praticamente como óleo e água, não se misturam. Muito raramente estiveram unidos numa eleição, como ocorreu em 2017, quando o próprio José Ricardo disputou a eleição suplementar para governador do Amazonas e terminou em quarto lugar, mas surpreendendo em Manaus, onde foi o segundo colocado.

José Ricardo venceu o primeiro turno da prévia municipal, mas perdeu no segundo turno porque não teve o apoio dos aliados do vereador Sassá da Construção Civil, que votaram em Sinésio. A Direção Nacional rejeitou a decisão municipal e consagrou o deputado federal como candidato por ampla margem.

As correntes que apoiam Sinésio não descartam ir à Justiça para garantir a candidatura dele.

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