A Agência Nacional de Telecomunicações está tão inerte no Amazonas que o mercado de rádios degringolou. Apesar dos apelos dos donos das emissores legalizadas, inclusive por meio de veiculações na programação, nada menos que 16 estações piratas estão em pleno funcionamento em Manaus, 14 delas patrocinadas por igrejas evangélicas. Algumas, como a Manaus Web Rádio, têm até estúdio montado com tudo o que há de mais moderno (foto).

As piratas funcionam normalmente em residências. Algumas surgiram a partir da ação de uma quadrilha, que procura pastores, dizendo-se representantes do Ministério das Comunicações, e instala os equipamentos, além de deixar na posse dos diretores um documento falso, espécie de autorização de funcionamento.

Para colocar uma rádio pirata no ar, o investimento é relativamente baixo – algo em torno de R$ 15 mil. É preciso instalar uma antena, uma torre, um transmissor e montar um estúdio com mesa de áudio e dois microfones, além do computador.

Hoje existem 14 rádios comerciais regularizadas em Manaus – Tiradentes (89,7), A Crítica (93,1), Povo (94,3), Nativa (95,1), Difusora (96,9), Cidade (99,3), Mix (100,7), Amazonas (101,5), Joven Pan (104,1), Boas Novas (107,9) e as AMs Boas Novas, Difusora, Baré e Rio Mar. Estas últimas estão em processo de transformação para FM, beneficiadas por decreto assinado no ano passado. Além delas, funciona regularmente a rádio Marinha (99,9) e a rádio Senado (106,9), estas em caráter educativo. Outras três rádios comunitárias têm autorização para funcionar, com alcance limitado a 25 quilômetros quadrados – a Vox (rua Belo Horizonte, Aleixo), a Voz das Comunidades (Mutirão) e a Atividade (Santa Etelvina). Todas ocupam a frequência 87,9.

As 16 piratas ocupam as frequências 87,5; 88,3; 88,7; 90,1;90,3;90,5, 91,7; 92,1;92,7; 94,7; 99,1; 101,1; 103,1; 103,7; 104, 9 e 106,7.

O pior é que grandes empresas anunciam nestas rádios. É o caso do supermercado DB. Como não são registradas nem comandadas por empresas, elas praticam concorrência desleal e não pagam impostos.