Mulheres indígenas e o tsunami da Educação

Por José Ricardo Weddling*

MULHERES INDÍGENAS E O TSUNAMI DA EDUCAÇÃO

Em Brasília, a Marcha das Mulheres Indígenas. Em todo Brasil, o Tsunami da Educação. Dois eventos com o povo nas ruas lutando pelos direitos.

A Marcha das Mulheres Indígenas reuniu 1.500 mulheres de 100 povos indígenas diferentes do Brasil, denunciando o descaso do Governo Bolsonaro com as políticas indígenas e a retirada de direitos constitucionais.

O ato em defesa da saúde indígena e do Sistema Único de Saúde começou com uma ocupação na sede da Secretaria Especial de Saúde Indígena. Os Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígenas (DSEIs) tiveram redução de recursos. Além da falta de médicos e medicamentos. Aumento de doenças e mortes é crescente em aldeias e regiões mais distantes, como o Vale do Javari, no Amazonas.

A marcha que terminou na Esplanada dos Ministérios e na frente do Congresso Nacional denunciou a invasão de terras por grileiros, fazendeiros, madeireiros, garimpeiros e a tentativa do Governo Federal de acabar com a Funai e a política de demarcação de terras. A terra é sagrada para os indígenas, para manter suas tradições e cultura.

Também neste dia 13 de agosto, mobilizações em todo Brasil em defesa da educação: O Tsunami da Educação. Ato contra o desmonte do ensino público e contra os cortes de recursos na área. O ministério da Educação cortou recursos das universidades, dos institutos federais, das instituições de pesquisa e ciência e tecnologia, como também da educação básica.

Várias unidades do Instituto Federais do Amazonas (IFAM), localizadas no interior do estado, visitadas recentemente por mim, anunciaram que os recursos disponíveis para o funcionamento das atividades chegavam apenas até o mês de setembro. Muitos estudantes poderão ficar prejudicados.

O mais absurdo é que o governo retirou cerca de R$ 1 bilhão da educação para repassar como emendas dos parlamentares que votaram no projeto da reforma da previdência, aprovado em dois turnos na Câmara dos Deputados. Uma verdadeira compra de votos com dinheiro da educação.

As mobilizações continuam, pois, ainda esta semana, acontece a Marcha das Margaridas, prevendo reunir 100 mil mulheres, trabalhadoras rurais, ribeirinhas, indígenas, operárias, professoras, jovens de todo Brasil, que lutam pelos direitos sociais que estão sendo retirados pela Reforma Trabalhista, pela Terceirização, pela Reforma da Previdência, com os cortes na educação e saúde e demais direitos sociais.

A insatisfação com o Governo Bolsonaro cresce em todo País. Em meio ano de mandato, o desemprego, o desalento e a pobreza cresceram. A economia piora a cada mês. Governo sem credibilidade tende a crescer as manifestações e cobranças, até mesmo dos que votaram neste governo moribundo.

*O autor é economista e deputado federal pelo PT