Morreu um motorista, assassinaram uma vereadora

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Deixem eu meter o meu bedelho nessa onda desmedida e avassaladora que se assomou por alguns estados brasileiros e até, com certo e exagerado estardalhaço, por alguns países os quais só lembram do Brasil pelos crimes, pela corrupção, pelo futebol e carnaval, que foram os assassinatos certamente brutais do motorista e de uma vereadora ligada a um partido ultra esquerdista e, como certa parte da mídia engajada fez questão de alardear: negra, lésbica, favelada e ativista.Há certas profissões cujas atividades são tão insalubres e perigosas que quem as exerce são cobertos por seguros altíssimos e adicionais salariais compensadores  e os riscos, embora iminentes, não desestimulam a quem abraça essas profissões por exemplo mergulhadores, mineradores, bombeiros, policiais e eletricistas de alta voltagem, entre outras.

Não me constava, até que tomei conhecimento das ligações, dos posicionamentos, dos “compromissos”, do engajamento e de certos comportamentos da indigitada vereadora pela cidade do Rio de Janeiro, que a profissão de político nesse país estivesse incluída no rol das atividades insalubres e perigosas.

Mais que exagerada, chega à beira da falácia e da irresponsabilidade certos posicionamentos, artigos e editoriais de parte da mídia engajada, quando estes vociferam que o assassinato da vereadora foi um atentado à democracia. Menos senhores, menos!

E o que dizer então das dezenas de assassinatos de líderes rurais e das mortes em serviço de centenas de heróicos policiais? Qual o substantivo superlativo a ser empregado para a dizimação dos índios na Amazônia? Qual será a manchete de jornal quando do assassinato de padres e freiras que defendem verdadeiramente e com firmeza de caráter e espírito humanitário, os pobres?

Diriam alguns com voz pastosa e grave: É mas estes são crimes isolados sem nenhum repercussão sobre a democracia. Ora vão se catar!

Quando investigarem a fundo não as razões, porque não existem razões para crimes contra a vida, mas a natureza, as ligações, as conexões e a disposição para o enfrentamento não só desta vereadora mas de muitos outros políticos Brasil afora, verão que a “profissão” de político não tem nada de perigosa e insalubre; quem as torna assim é o engajamento e a defesa preferencial quase exclusivista por certos e equivocados temas e segmentos sociais das minorias,  quando sabemos que são igualmente gritantes muitas outras mazelas enfrentadas por camadas amplamente majoritárias do povo mas que não recebem desses políticos e ativistas, não necessariamente nessa ordem, a mesma ou um vintém de atenção.

Joões, Marias, Josés, Pedros e Cármens continuam doidos para serem lembrados por essa gente quando são a todo dia a toda hora assassinados nos becos, ruas e favelas porém contados como cadáveres comuns como comum deve ser tratado o cadáver da vereadora. Que Deus a receba na Sua definitiva e eterna Morada.

Té logo!

*O autor é farmacêutico e empresário