Melo nega subsídio ao transporte coletivo, mas concede R$ 7 bilhões de incentivo ao transporte privado

O prefeito Arthur Neto acaba de divulgar um levantamento dos incentivos fiscais concedidos pelo Estado a inúmeras empresas do transporte privado, que somam quase R$ 7 bilhões ao ano, questionando quais os reais interesses do governador José Melo no corte da isenção fiscal sobre o óleo Diesel e o IPVA, concedido ao Sistema de Transporte Coletivo da capital.

O prefeito fez duras críticas ao esquema de subvenção fiscal oferecido pelo Governo do Estado, acusando o governador de promover o enriquecimento de empresários do transporte privado, sobretudo da aviação, enquanto corta o incentivo oferecido ao transporte coletivo da capital.

“Ele concede quase R$ 7 bilhões de incentivos fiscais por ano e se nega a conceder cerca de R$ 43 milhões para promover o barateamento da tarifa de transporte coletivo”, questionou Arthur Virgílio. “Não consigo entender qual foi a lucidez, onde está a inteligência e a preocupação efetiva com a coisa pública nesse episódio. O governo considera mais correto, mais justo e mais ético fazer esse tipo de incentivo do que ajudar quem utiliza ônibus na cidade, que é capital deste Estado”, completou.

Ao detalhar a política de isenção de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – oferecido pelo Estado, o prefeito disse que Manaus tem sido lesada sistematicamente ao longo dos últimos anos. Ele explicou que dos quase R$ 7 bilhões de isenções fiscais, 25% são dedicados aos municípios e demais poderes, como Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça, Ministério Público e outros. Dessa parcela, apenas 75% é destinada para Manaus. Atualmente, o Sistema de Transporte Coletivo da capital conta com cerca de 900 mil usuários diariamente.

Vale ressaltar, ainda, que o benefício de quase R$ 43 milhões destinado para o transporte coletivo da capital já está aprovado na Lei Orçamentária Anual, pela maioria parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado Amazonas (Aleam).

“Eu vejo o governador muito estimulado, insuflado por alguém, a brigar comigo. Eu não tenho a menor intenção de brigar com ele, porque nós temos uma gestão para fazer, pautada no ajuste fiscal, nas parcerias público-privadas e nas concessões onerosas que vamos fazer para realizar o projeto ousado de modernização da mobilidade urbana de Manaus”, destacou Arthur Virgílio.

O prefeito pediu, mais uma vez, para que o governador José Melo recue de sua decisão e deixe de lado qualquer disputa política. “Será que não se conformam com o fato de que renovação na prefeitura só em 2020? Será que não pensam que teríamos que trabalhar em conjunto? Esse seria o ideal, pensando no interesse do povo ao invés de interesses políticos pequenos. Eu estou aqui para governar e vou governar Manaus com muita garra para defender o interesse da população”, ressaltou. 

 

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