Medo de liquidação judicial faz surgirem várias chapas para disputar eleição na Unimed Manaus

A Junta provisória que dirige a Unimed Manaus desde o dia 15 deve publicar esta semana o edital que convoca para o dia 14 de janeiro as eleições para a escolha da nova diretoria, que comandará a cooperativa pelos próximos quatro anos. O temor de que a carteira seja liquidada judicialmente está mobilizando os cooperados, que se dividem em pelo menos quatro grupos interessados em assumir o controle da empresa.

Os integrantes da Junta prometeram revelar a situação real da cooperativa, tanto no que diz respeito às finanças quanto em relação à Agência Nacional de Saúde. Também se comprometeram a compartilhar as decisões a serem tomadas, depois da destituição da diretoria anterior, comandada pela médica Corina Batista.

Até agora, entretanto, não houve nenhum comunicado sobre medidas concretas nem sobre a situação da cooperativa, o que já começa a inquietar os cooperados.

A coordenadora da Junta, médica Ramsa Badr, seria uma das concorrentes a presidente, apoiada pelo grupo que a acompanhou na destituição de Batista. Ela deverá ter a concorrência de dissidentes da administração anterior e por pelo menos mais duas chapas formadas por médicos ligados a fortes grupos empresariais locais, que atuam no setor de Saúde.

A maior preocupação dos cooperados é com o forte risco de liquidação da carteira, que, em regra, traz, de imediato, o bloqueio de bens dos gestores, inclusive os pessoais, bem como a imediata suspensão de pagamentos aos credores e fornecedores, o que levaria pequenas empresas à quebradeira, e, no efeito colateral, à uma responsabilidade paralela de todos os integrantes da cooperativa.

A Junta Provisória corre contra o tempo para equacionar uma dúvida tributária na ordem de dezenas de milhões de reais; para recuperar o direito de voltar a comercializar planos de saúde (suspenso pela ANS); para honrar várias renegociações de dívidas com fornecedores e prestadores de serviço; e para emergir de um mar de pedidos de bloqueios de suas contas.

Aguarda-se que uma composição de consenso, diferente de tudo e de todos que já passaram, com integrantes de credibilidade, surja no horizonte, para que ocorra uma transição capaz de, ao mesmo tempo, transferir e elevar a gestão.

O problema da Unimed também é nacional. Algumas filiais já faliram em outros Estados.

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