Por Junior Nunes*
Cresci num Brasil ouvindo sempre que endinheirado não ia preso. Era a mais cristalina verdade. Pergunte de seu pai ou avô o nome de algum ricasso que foi preso nos anos 70, 80 ou início dos 90?
Quando isso começou a mudar, em meados de 2004 em diante, políticos e empresários influentes passaram a pagar pelos crimes cometidos, o debate da prisão em segunda instância começou a vir a tona. A cadeia chegou para a elite.
O STF julgou a matéria mais de duas vezes, para agora finalmente em 2019 conseguir derrubar um costume e sua própria jurisprudência. O mote é que a constituição assegura o trânsito em julgado, mas de tantos direitos constitucionais tungados de nosso povo e despercebidos por essa gente, com este não poderia acontecer o mesmo, afinal beneficiará toda uma elite política corrupta que se segura no nosso ultrapassado sistema jurídico, apelando e recorrendo ad eterno, para que a impunidade prevalece. Já que a lei é equivocada e permite a mais descarada impunidade, temos que lutar para que mude.
Infelizmente o Brasil é um país que para os corruptos, ladrões de merenda, mensaleiros e abutres do erário público, vale a pena. O pobre continuará sendo preso e pegando cacete sem um julgamento adequado. E tem muita gente que ainda apoia esse tipo de gente, Lula Livre ta ai como exemplo. Quem nos dera se fosse um beneficio apenas pro ex presidente.
É um erro afirmar que a mudança no entendimento do supremo vai colocar em liberdade estuprador, assassino, traficante. O objetivo não é este, e sim a liberdade dos bandidos do colarinho branco, que tem muita grana e influência para que a impunidade reine em absoluto, ou alguém acha que a prisão preventiva vai se manter pra quem? Nosso país tem castas.
O caminho para a mudança é longo e dificultoso, mas não podemos desistir do Brasil.
*O autor é empresário e advogado
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