“O Bem Amado”, de Dias Gomes, é uma telenovela brasileira exibida pela TV Globo originalmente de 22 de janeiro a 3 de outubro de 1973. Nela, o prefeito Odorico Paraguaçu é um político demagogo e corrupto que ilude o povo simplório da pequena Sucupira, no litoral baiano, com seus discursos inflamados e verborrágicos. Foi assim que o atual prefeito de Itacoatiara, Mário Abrahim (PSC), se apresentou em 2020, como um político moderno, que poderia mudar os rumos da “Velha Serpa”. O que se viu desde que ele assumiu, entretanto, foi uma tentativa de transformar a maior cidade do interior em uma Sucupira.

Mário “Paraguaçú” entregou a gestão da cidade ao filho, Thiago, ex-coordenador da Comissão de Licitação de Coari, aonde impera a família Pinheiro. Nada acontece sem que o rapaz autorize. Ele é a eminência parda da administração, apelidado nas ruas de “Quinzinho”.

No auge da pandemia de Covid-19, o prefeito demitiu os médicos que trabalhavam no município e contratou bolsonaristas que transformaram a cidade em um laboratório a céu aberto, utilizando até mesmo a famigerada nebulização com hidroxicloroquina, comprovadamente ineficaz. O Ministério Público abriu procedimento para investigar se algumas mortes na cidade foram decorrentes desse tratamento.

O prefeito também expulsou da cidade a empresa que havia vencido a licitação da coleta de lixo, contratando os garis diretamente para realizar o serviço de forma precária. Até a retirada do lixo hospitalar passou a ser feita sem nenhum cuidado.

A família Abrahim anda pela cidade ameaçando opositores e “fiscalizando” fornecedores.

A mais recente “sucupirada” de Mário “Paraguaçú” foi mandar a Câmara Municipal cassar o mandato do vereador Robson Siqueira (PV), que lhe fazia oposição e denunciou vários desmandos e irregularidades na gestão. Em processo todo atropelado, sem respeitar regras e prazos, 12 dos 17 vereadores obedeceram a ordem e tiraram o mandato do colega, mas o desembargador Delcio Luiz dos Santos o devolveu, apontando as ilicitudes cometidas.

Agora, os aliados de Mário “Paraguaçú” espalham pela cidade que vão conseguir reverter a decisão judicial. Felizmente, o Tribunal de Justiça do Amazonas não está incluído em Sucupira.