Coordenei em 2014 a campanha dos candidatos a deputado da coligação “Renovação e Experiência” e acompanhei muito de perto o drama do deputado Luiz Castro. “Enclausurado” no PPS, ele não tinha qualquer ligação com os candidatos majoritários e apoiava ostensivamente Marcelo Ramos e Marina Silva. Nunca forçou a barra para citar na TV e no rádio o nome de seu candidato ao governo, mas chegou a gravar pedindo votos à presidenciável. A fita evidentemente nunca foi ao ar. Nem poderia, porque estaria infringindo a legislação eleitoral. Agora, o parlamentar está livre para seguir o seu caminho.

O Tribunal Superior Eleitoral concedeu finalmente o registro à Rede Sustentabilidade, que tem entre seus expoentes no Amazonas o próprio Castro, a ambientalista Luciana Valente, o policial federal Junior Brasil e o militante Tassius Fernandes. Um deles deve assumir a direção regional e outro será o presidente municipal. É possível ainda que o novo partido lance candidato à prefeitura de Manaus. Dificilmente eles apoiarão de novo Marcelo Ramos, que voou para outras plagas.

Não, Luiz Castro não desrespeitou o PPS. Jamais falou mal do partido ou de suas lideranças. E foi sincero, há de se reconhecer, quando assumiu suas preferências na eleição de 2014. Por isso o partido também o respeitou, não lhe cerceou espaço nem impediu sua candidatura à reeleição, que ao final foi muito bem sucedida.

Castro segue para a Rede sem deixar mágoas no PPS e vice-versa. Me arrisco a dizer até que pode intermediar um diálogo entre as duas legendas já com vistas à eleição municipal de 2016.

E Marina Silva está livre para voar…