Por Ronaldo Derzy Amazonas*
Meses atrás publiquei um artigo onde tratei das dificuldades em que uma grande operadora de plano de saúde, a maior de Manaus, enfrentava em meio ao caos administrativo e financeiro que a gestão dessa empresa enfrentava.
Decorridos esses meses ficou demonstrado que a referida empresa realmente padecia de falta de gestão séria e comprometida com seus mais de 120 mil filiados e até mesmo com seus cooperados em torno de 900 profissionais da medicina pois a tão propalada intervenção da Agência Nacional de Saúde-ANS veio após a constatação da existência de um passivo quase impagável da ordem de mais de 500 milhões de dívidas com fornecedores e cooperados.
Tão grave é a situação dessa operadora que duas grandes outras do mercado se recusaram a comprá-la e, uma terceira que aceitou o negócio, foi impedida de fazê-lo por puro preciosismo da operadora nacional que não aceitava passar sua carteira de clientes para uma concorrente com forte entrada no mercado local de saúde suplementar.
Em meio a esse caos quem mais sofre são os segurados pois vivem sobressaltados com informações desencontradas, com clínicas, consultórios, laboratórios e hospitais que recusam atendimento, falta de respostas e mensagens claras sobre o futuro da empresa e por aí vai. Até alguns cooperados demonstram desespero e desconfiança sobre o que os aguarda em termos de segurança profissional e futuro financeiro já que são responsáveis solidários pelas dívidas da operadora.
Mas não pensem que essa crise mas área da saúde suplementar é apenas financeira e exclusiva de uma operadora. Nada disso!
Os brasileiros usuários de planos e seguros de saúde de há muito padecem da falta de apoio dos organismos de governo e do ministério público em todos os seus níveis visto que já não contam nem com a proteção da ANS que nas palavras do seu atual presidente “Não é um órgão de defesa do consumidor” ou seja, não está ao lado do usuário dos planos de saúde e sim dos tubarões do setor.
Vá-lha-nos quem?
E assim seguimos nós que dependemos de um sistema mal gerenciado, com valores exorbitantes, atendimento sofrível, política de governo para a área sem amparo e sem vigilância, etc.
Vivemos os consumidores em meio a um sistema de saúde privado cruel sem muita perspectiva de mudanças e à mercê de um atendimento deficiente e incompetente.
Té logo!
*O autor é farmacêutico e empresário
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