Intervenção, febre amarela e sarampo

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Essas três  palavras que a princípio nada tem a ver uma com a outra a não ser que tratam-se de situações horrorosas, vêm dominando nos últimos dias as manchetes dos noticiários da mídia local e nacional e, em alguns momentos, na imprensa internacional.Mas então, há de perguntar o leitor, o que que essas desgraças hão de encerrar de semelhança para merecerem ocupar conjuntamente o título deste artigo? Calma que já respondo!

Podem até nem guardar semelhança semântica alguma mas, além de  serem expressões que fazem parte do mesmo universo linguístico pois são substantivos, vieram à tona exatamente pelo mesmo motivo, ou seja, a falta de outro substantivo que é a prevenção. Eis então provado que as duas doenças viróticas e a outra “doença” política e social guardam sim mais que a semelhança nas definições, guardam um quê de debilidade por parte das autoridades políticas e sanitárias as quais se perderam no meio do caminho e expuseram a população ao descaso da falta de políticas públicas sérias, da falta de planejamento, da falta de inteligência no sentido mais amplo que a palavra encerra e da falta de vergonha.

O brasileiro só fecha a porta depois de roubado. Quem já não ouviu falar essa frase?

Pois é! e por causa da debilidade do estado em previnir, centenas de pessoas morrem ou de febre amarela ou por causa da intervenção policial e podem morrer por causa do sarampo doença há anos considerada como extinta no país.

Todas as vezes que precisarmos intervir ou remediar é porque falhamos clamorosamente nas tentativas de prevenirmos que um evento ruim ocorra seja no dia a dia seja no mais amplo espectro de aplicabilidade que o termo prevenção guarde. Aí não tem sala de emergência, sala de resposta rápida nem  sala de situação que dê jeito porque o que está sendo tratado como urgência é porque foi negligenciado quando deveria ser prioridade.

Nem seria ético e nem legal os governantes alardearem com justificativas tolas para esses descalabros. É melhor engolir as críticas, colocar o rabinho entre as pernas e fazer sim uma autocrítica pois o momento não é para desculpas e sim para agir com mais responsabilidade e planejamento ou jogar a toalha e entregar os pontos porque tem gente mais competente e honesta para realizar em favor do povo.

Té logo!

*O autor é farmacêutico e empresário