Integrante da CPI, Eduardo diz que faltou planejamento e vontade política no combate à Covid-19

A CPI da Pandemia promete ser uma das mais marcantes do parlamento brasileiro, na opinião do senador Eduardo Braga (MDB/AM), que declinou da relatoria da comissão para apoiar o nome do senador Renan Calheiros (MDB/AL). Para o senador do Amazonas, a CPI terá um papel estratégico não apenas na investigação dos erros e omissões no enfrentamento da pandemia, como na correção de rumos para que milhares de vidas possam ser salvas.

Em entrevista à GloboNews, nesta sexta-feira (16), Eduardo Braga destacou que não faltaram recursos para o Ministério da Saúde e para os estados no combate à covid-19. O que houve, na avaliação do senador, foi “falta de planejamento e vontade política”.

Responsabilidade compartilhada

“Não é uma responsabilidade isolada, é uma responsabilidade compartilhada”, argumentou o parlamentar, ao observar que a CPI tem total competência para investigar todos os fatos conexos às ações do governo federal, sejam eles ligados a governos estaduais, municipais ou a qualquer instituição envolvida com a aplicação de recursos federais no combate à pandemia.

Braga lembrou que o Brasil não está desabastecido de vacinas “por acaso”. Segundo ele, o maior erro, desde o início da pandemia, foi exatamente o fato de o governo federal ter hesitado em comprar os imunizantes ainda no semestre passado, quando eles estavam disponíveis no mercado mundial.

A falta de planejamento foi outro problema grave na visão do senador. Nesse ponto, ele acredita que estados e municípios também fazem parte do erro, mas que faltou coordenação unificada na esfera federal.

Para o senador, é injustificável ter se repetido, em todo o país, a crise de abastecimento de insumos e medicamentos no combate à covid-19, depois do caos sanitário vivido um mês antes no Amazonas. Ele espera que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garanta um “esforço de guerra” com aviões da FAB para trazer e distribuir os kits de intubação que já fazem falta na maioria dos hospitais brasileiros.

Como um dos 11 membros titulares da CPI, Eduardo Braga defende que o ex-ministro da Saúde Luis Henrique Mandetta seja o primeiro convocado a falar. “Foi já na gestão do ministro Mandetta que começamos a perceber um desencontro entre o que pregava a ciência e o que pregava o governo”, disse ele.

Braga lembrou que todos os titulares da CPI são senadores com longa experiência pública, prontos para encarar a responsabilidade de uma investigação tão importante. Ele acredita que não haverá dificuldades para definir a forma mais adequada de funcionamento da CPI, com reuniões virtuais, presenciais ou semipresenciais, de acordo com o andamento da pandemia e com cada fase da investigação.

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