Impostos

Pra começo de conversa tudo o que é imposto (no sentido da imposição) já não deve ser encarado como algo bom.

Impor regras, normas, religião, comportamentos ou ideias, não soa bem pra ninguém ou pra sociedade, posto que certas situações devem ser entendidas e encaradas como decisão e caminho natural sem o viés da obrigatoriedade que mais afasta o ser humano do que o aproxima da boa convivência social.

Mas não é de comportamento humano ou  social que quero me referir e sim daquilo que desde priscas eras o cidadão se vê obrigado e compelido a enfrentar quando se vê ante a obrigação de pagar o que se denomina de imposto que, não só enche os cofres públicos de grana, como é objeto de injustiças, corrupção, abusos e sobretudo desvios sem a devida aplicabilidade ou sem que retorne a quem deveria alcançar em forma de bons serviços nas áreas de segurança, saúde, educação e infraestrutura entre outros benefícios.

Quando o assunto é arrecadar e encher os cofres públicos de grana, cada vez mais a inteligência dos tecnocratas, dos economistas dos governos em todos os seus níveis e dos políticos, é colocada pra funcionar em ritmo acelerado e esses cabras só pensam naquilo $$$.

Nada de se pensar em melhorar a eficiência do estado, nada de se gastar neurônios trabalhando para diminuir os gastos públicos, nem pensar em reduzir a carga tributária ou diminuir a quantidade de impostos que o cidadão é obrigado a pagar. Nada disso!

Governos e tecnocratas são treinados para gastar e para arrecadar. Que o povo se lasque se não recebe a contrapartida por pagar os impostos gerados e embutidos em tudo o que é bem ou serviço.

Há décadas o contribuinte brasileiro ouve falar em reforma tributária que no seu bojo traria redução do número de impostos, menos carga tributária e mais eficiência da máquina pública.

Nenhuma das opções acima se tornou realidade visto que os interesses paroquiais, as brigas políticas, a debilidade do poder executivo frente ao parlamento federal e até o lóbi de empresários, grandes conglomerados empresariais e financeiros, falam mais alto e por último quando o governo federal e estaduais tentam encontrar um caminho apropriado para livrar o cidadão e os próprios empresários da cobrança escorchante de tributos que juntos formam uma sopa de letrinhas com mais de cento e cinquenta impostos e taxas diferentes.

O Brasil é o trigésimo país no planeta que mais cobra impostos; o brasileiro gasta trinta e nove dias do ano para cobrir as custas com o pagamento de tributos e quase setenta dias para cobrir os pagamentos de outras taxas e contribuições; as empresas gastam mais de duas mil e quinhentas horas por ano com a burocracia tributária.

Quem aguenta isso? Quem é capaz de suportar essa carga burocrática e tributária pesada e anacrônica? Quem pode entender tamanho cipoal de ineficiência e de crueldade para com o cidadão?

Presentemente estamos mais uma vez assistindo o governo federal, governos estaduais e o parlamento diante da mesma lenga lenga e da mesma falácia na tentativa de alcançar o inalcançável consenso para votar uma reforma tributária que atenda aos interesses nunca satisfeitos de políticos viciados e com má vontade e de governos ineficientes e perdulários os quais, insensíveis diante do clamor popular por uma máquina pública que atenda aos seus clamores, são incapazes de vencer as barreiras políticas e as idiossincrasias de gestões claudicantes e travadas.

Vá-lha-nos quem?

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