Até na cor da camisa, o debate de ontem na TV A Crítica deixou claro que eram “todos contra um e um outro deslocado”. À exceção do prefeito Arthur Neto (PSDB), que compareceu com seu azul tradicional – a cor do partido -, e de Henrique Oliveira, que foi de preto – talvez antecipando a tragédia de sua votação -, os outros cinco candidatos escolheram o branco, mas, ao contrário da paz que a cor parecia indicar, partiram com tudo para cima do atual gestor, que mostrou calma mesmo nos momentos mais delicados. Ao final, não houve mortos e as feridas não devem influenciar no resultado da eleição.

Chamou atenção o fato de Henrique, vice-governador, criticar o governo. “Quem for podre que se quebre”, disse ele. Uma tentativa de tentar reverter a tendência de não subir nas pesquisas – as sérias – pelo fato de estar com a imagem muito ligada a José Melo. Marcelo Ramos, que se destacou nos debates de 2014 por ser o mais agressivo e irônico, foi bem mais leve desta vez. Não teve um grande momento, como há dois anos. E cometeu a gafe de dizer que construiria um novo largo de São Sebastião no Jorge Teixeira, “na zona Norte”, quando na verdade o bairro se localiza na zona Leste.

Uma surpresa no debate foi o clima amistoso entre o prefeito Arthur Neto e o deputado Hissa Abrahão (PDT). Os dois foram companheiros de chapa em 2012, mas brigaram no final de 2013 e romperam em 2014. Após quase três anos trocando farpas, ontem aconteceu uma espécie de trégua. O tucano chegou a elogiar os ex-aliado e agradecer pelo seu desempenho na Secretaria Municipal de Infraestrutura, que Hissa administrou no primeiro ano da atual gestão. Mas o ex-vice não deixou de cutucar o tucano em algumas ocasiões.

Silas Câmara e José Ricardo foram os mais apagados no debate, talvez pela inexperiência.

O próximo debate com a presença dos sete candidatos mais bem posicionados na pesquisa acontece na quinta-feira, na TV Amazonas, às 22h30.