Fluir

Por Alfredo Andrade*

O carnaval sempre fora a manifestação do povo e realmente sacode a Nação pelo seu espírito de grandeza e de irmandade. Condenada sua realização no ano passado, em face de uma pandemia até então pouco conhecida, agora deparamos com sua não ocorrência. Acordaram os Srs. governadores e prefeitos dos males causados e dos quais obtiveram vantagens; sejam por terem sido omissos ou coniventes com opiniões de supostos “experts” ou por terem a avidez mórbida pela obtenção de suposto aumento de credibilidade. Torpe e medíocre ilusão, da qual quase todos se afundaram ao se encontrarem hoje no ostracismo dentro do cenário político que envolve cada um, com raríssimas exceções. E, como sempre o povo paga o “pato”, enganado antes, durante e depois. Agora chora a morte de familiares de norte a sul, leste a oeste deste imenso continente. Mas durante a tragédia que abatera o país, onde o povo hoje tem mais raiva do que alegrias nada têm a comemorar, mas a chorar temos muito com a falência dos blocos carnavalescos que geram empregos e sustentam todos os fornecedores de matéria prima. Falar de sensatez agora é de extremo mau-caratismo inerente aos políticos inescrupulosos para os quais o povo trabalhador sempre fora uma massa de manobra a torná-los mais ricos e talvez mais ladrões.
Por outro lado, se houve desprezo pela ciência; falta de planejamento a gerar descaso com a vida; para governadores e prefeitos tais aspectos foram relegados em função de suas míopes visões. E, quando acordaram não foram capazes de enfrentar a devastadora pandemia; uns por ignorância e outros por má-fé. Sem visões do todo que envolvia o avanço do COVID e tentando agir dentro de ideologia partidária onde as atitudes sempre falharam; governadores e prefeitos, quase todos, se perderam no tempo e na ilusão de que se encontravam criando soluções, o que jamais ocorrera. Não faltara só humildade, mas a necessária arte de estudar e aprender. Por isso, vários estados hoje se encontram sem rumo e o que é pior: conduziram as empresas, o comércio e o segmento de serviços à beira da falência; gerando uma crise social a inviabilizar o combate à desigualdade.

Como sempre contaram com a mídia derrotada nas urnas, onde a maioria optara por buscar os holofotes em detrimento da população totalmente desorientada. Hoje se encontram derrotados e vários até humilhados; porém todos mortos. E a mídia? Esta, ao apagar das luzes, busca agora uma união como se pudessem sair do
inferno ao tentarem ressuscitar uma independência que só servira para fins sórdidos. Vir agora tentar valorizar a informação fulcrada na ciência é tentar tapar “o sol com a peneira” na medida em que só prestaram um desserviço à população ao desejarem sempre a prática do sensacionalismo; esquecendo-se de que seu único papel fora o de levar à sociedade informações confiáveis. Infelizmente, a mídia derrotada nas urnas e que se acha a proprietária da verdade encontra-se ofuscada, não passando de um “veículo sem rodas”, cuja direção não tem um destino certo; até porque com a vacinação em massa já fluindo em todos os estados, vir agora “tapar o sol com a peneira”, pretendendo realizar campanha “pró-vacinação” é reconhecer seus pecados imperdoáveis. Sejam mais honestos e, acima de tudo, brasileiros de verdade.

Afinal, não se vive das omissões. Tenham mais vergonha na cara e reconheçam que não há mais dinheiro público para financiar ditaduras comunistas; para Ongs explorarem nossas riquezas; para o MST promover invasões e outras mazelas do regime lulopetista. Sobrevivemos porque trabalhamos e produzimos. Somos o novo BRASIL.

*O autor é advogado, escritor e ex-conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil