A equipe multidisciplinar da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), realizou, na última semana, um procedimento cirúrgico de alta complexidade, para o tratamento de um tipo raro de câncer ósseo: o Cordoma, que acontece na proporção de um caso para um milhão de pessoas. Apesar da retirada parcial dos ossos sacro e cóccix, localizados ao final da coluna vertebral, próximo à bacia, a equipe conseguiu preservar os movimentos dos membros inferiores da paciente, que tem 66 anos e se recupera bem.
O oncologista ortopédico da FCecon, Rodrigo Polo, explica que essa foi a oitava cirurgia para o tratamento desse tipo de tumor, realizada na instituição, nos últimos 13 anos. “O percentual de cura dos nossos pacientes foi de 85%, um índice acima do descrito pela literatura mundial”, destacou. A doença pode acometer crianças e adultos, apesar de ser mais frequente a partir dos 45 anos. A cirurgia, denominada Sacrectomia Parcial, teve a duração de seis horas e ocorreu em duas etapas.
A primeira, com abertura abdominal, para o descolamento do tumor. A segunda, com acesso pelas costas, na região do cóccix, para a remoção. O tumor, na fase já avançada, media quase 15 centímetros. O procedimento teve a participação dos seguintes médicos: Rodrigo Polo e Ubiratã Gomes (cirurgiões ortopedistas), Daniel Lira (cirurgião geral) e Mirlane Cardoso (anestesiologista).
O Cordoma é uma doença de crescimento lento e de difícil diagnóstico, explicou o especialista. Isso porque, só apresenta sintomas em sua fase mais avançada e sua localização, em geral, é em área de difícil acesso. “A maioria dos casos diagnosticados na FCecon, localizava-se na parte inferior da coluna. Por conta da localização, dependendo do tamanho da tumoração (estadiamento), o paciente pode apresentar constipação (prisão de ventre) e dores recorrentes na coluna, além de alterações de bexiga. Se a localização do tumor for próxima ao crânio, também pode ocorrer alteração neurológica”, frisou.
Os pacientes tratados na FCecon não apresentavam metástases, quando há a disseminação da doença por outros órgãos. “Contudo, a doença tem um grau elevado de recidiva (recorrência). Por isso, orientamos nossos pacientes a fazerem um acompanhamento anual com especialistas, por cerca de 10 anos, para que a atuação médica seja mais rápida, caso haja necessidade de um tratamento secundário”, observou.
Tratamento – Polo ressalta que não há prevenção para este tipo de câncer, uma vez que não se sabe quais são seus fatores de risco. A notícia boa é que, em geral, a cirurgia é um procedimento considerado curativo. Os resultados são ainda melhores, quando o tratamento é associado à radioterapia adjuvante (aquela que ocorre após o tratamento principal que, neste caso, é o cirúrgico). Os procedimentos são ofertados gratuitamente pela FCecon, unidade de referência em cancerologia na Amazônia Ocidental.
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