O empenho da Polícia e do Ministério Público em desvendar o caso do assassinato do engenheiro Flavio Rodrigues dos Santos reabriu uma ferida na alma dos familiares do ex-deputado e ex-vereador Armando Freitas, morto no dia 4 de maio do ano passado, em circunstâncias ainda não esclarecidas, quando saía de seu escritório advocatício, no bairro da Glória, zona Centro-Sul de Manaus. Ele tinha 79 anos e completaria 80 em novembro. A família diz que só acredita agora na Justiça Divina e lamenta que os policiais não tenham se empenhado no caso, nem o Ministério Público. “Parece que só se interessam quando há apelo político, como neste caso que envolve o enteado do prefeito”, diz o advogado Glenn Freitas, filho da vítima, referindo-se ao chefe do Executivo da capital amazonense, Arthur Virgílio Neto.
No dia 19 de fevereiro deste ano a Polícia apresentou Diogo de Castro Moraes, 31, como sendo o autor dos disparos que mataram o ex-deputado. Preso por causa de outro crime, ele foi apontado como o homem que foi flagrado por câmeras de segurança fugindo do local do crime e entrando em um veículo branco, onde comparsas o aguardavam para empreender fuga. A família, entretanto, não acredita nesta versão. “O rapaz que aparece nas imagens é jovem. Não parecer ser o mesmo que foi apresentado”, diz Freitas, o filho.
Antes disso a Polícia apresentou Jerson Rodrigues dos Santos, de 34 anos, conhecido como “Gelson”, que seria o responsável por clonar as placas do veículo modelo Ônix de cor branca usado na fuga do atirador. O carro foi apreendido dez dias depois do assassinato.
“Acontece que eles não conseguem, oito meses depois, apontar um mandante, um culpado efetivamente pelo crime. Só nos resta agora acreditar na Justiça de Deus”, acrescenta o filho do advogado assassinado. Ele ainda lamenta a postura do Ministério Público no caso. “Por que agora, que há um parente de político envolvido, eles abrem uma investigação paralela? Por que não fizeram isso em relação ao assassinato do meu pai?”, questiona.
A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas, mantém a oferta de uma recompensa no valor de R$ 10 mil a quem ajudar a encontrar os autores do crime.
“Não temos dúvidas da participação de Diogo no assassinato. Três testemunhas também o reconheceram na cena do crime. No dia 10 de fevereiro deste ano, ele foi preso com outros três homens em posse de duas pistolas e um revólver, além de drogas. Por esse histórico, não há dúvidas da participação dele no crime”, afirma o delegado Paulo Martins, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros.
A família, entretanto, não concorda com ele e aguarda respostas.
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