Ela melhorou a minha vida!

Por Carlos Santiago*

Ela melhorou a minha vida. Durmo e acordo com carinhos. Num certo dia, eu acordei indisposto e sem qualquer vontade de sair da cama, ela chegou e ficou comigo fazendo carícias até a minha indisposição passar. Em outro momento, eu estava escrevendo o meu artigo semanal sem qualquer inspiração, de repente ela apareceu, ficou parada em frente do computador, impedindo-me de trabalhar. Então, tive que ir passear com ela, depois de duas horas de caminhada, retornei e fiz um belo texto.
Quando saio ou chego em casa, sempre recebo sua demonstração de amor. Ela é o nexo que faltava na minha vida. A partir da nossa convivência conheci novos amigos, novos lugares, outras formas de amar, brinquei demais e já estudei comportamentos da natureza que estão muito além da limitada compreensão humana. Depois de conhecê-la tornei-me um homem mais amoroso e tolerante.

Claro que ela tem defeitos: é ciumenta, enjoada para comer, chora pedindo atenção, nasceu sem um dedo e com pernas finas e tortas. Mas não a escolhi pela sua distinção familiar ou formosura. Nem ela me escolheu pela beleza, crença ou condição financeira. Estamos juntos porque pessoas próximas nos colocaram no mesmo caminho da vida.

Dela nasce parte do meu equilíbrio para suportar viver num País no qual se mata muita criança em operações policiais; num lugar onde facções criminosas dominam presídios e enormes áreas das cidades; onde há tantos partidos e políticos corruptos; um local onde as instituições “públicas” são controladas pelo corporativismo e pelo antirrepublicaníssimo; uma terra onde há tanta gente desempregada e um pequeno grupo de banqueiros bilionários.

Hoje, ela faz um ano de vida. Um ano de muita sorte, de muita felicidade, de compreensão, de carinhos e de amor incondicional. Nem parece aquela cadelinha doente que foi resgata num porão de casa de madeira na fronteira do Brasil com Colômbia. Estamos alegres, eu e a minha esposa.

Parabéns Minie!

*O autor é sociólogo, analista político e advogado