Disputa pela maior herança do Amazonas, de R$ 53 bilhões, se acirra e vira caso de Polícia

A disputa pelo espólio do empresário José Ferreira de Oliveira, o “Passarão”, morto em 2023, agora transformou-se em caso policial. A Polícia Civil do Amazonas instaurou inquérito para investigar denúncias de filhos do primeiro casamento dele contra a viúva e as filhas dela e acabou anunciando o indiciamento delas por lavagem de dinheiro, estelionato, fraude processual e falsidade ideológica. As acusadas vieram a pública com uma nota em que condenam a condução das investigações, consideradas suspeitas poe elas.

Os herdeiros disputam um patrimônio estimado em R$ 53 bilhões, que fez de “Passarão” o empresário mais rico do Estado. O negócio principal é a operação do maior porto de cargas de Manaus, mas também inclui a operação de balsas e investimentos em imóveis. O Grupo Chibatão, que ele criou, gera mais de dois mil empregos diretos e é referência na cadeia logística da região Norte.

Os demais herdeiros acusam a viúva, Erisvanha Ramos de Souza, e suas filhas Isabele Simões de Oliveira, Jéssica de Almeida Oliveira e Thays Oliveira, de praticar fraudes dentro da empresa para enriquecimento próprio. A Polícia Civil, ao que tudo indica, “comprou” essa versão e decidiu indiciá-las. A principal prova apresentada pelos acusadores foram os gastos com a festa de casamento de uma delas, estimados em 5 milhões de euros – algo em torno de R$ 30 milhões. O evento ocorreu um mês após a morte de “‘”Passarão” em um belíssimo cenário na Itália.

As acusadas soltaram nota hoje rechaçando as alegações, que segundo elas “distorcem a verdade dos fatos e por consequências maculam à imagem da empresa e de seus dirigentes”. As empresárias afirmam que não praticaram qualquer ato de enriquecimento ilícito, falsificação de documentos ou irregularidade societária, conforme tem sido sugerido no inquérito. Segundo elas, a operação relativa à gestão patrimonial do grupo empresarial está amparada em acordo judicial formalizado entre os sócios no ano de 2009. “Os questionamentos apresentados têm origem em disputas patrimoniais e interpretações que desconsideram esse histórico jurídico e societário”, dizem.

As atuais gestoras também informam que se colocaram à disposição das autoridades de forma voluntária, antes mesmo de qualquer intimação, “demonstrando transparência e disposição para esclarecer todos os pontos levantados”.

Segundo a nota, Jéssica e Isabele Oliveira, atuais diretoras-presidentes do Grupo Chibatão, foram indicadas em vida pelo próprio fundador Sr. José Ferreira de Oliveira para a condução do grupo. A primeira tem formação em Arquitetura, Urbanismo e Design (Jéssica) e segunda em International Business. Elas afirmam que comandam o conglomerado “de forma colegiada e integrada com os demais diretores, com foco na continuidade dos investimentos e inovação na área de logística portuária”.

Justiça

Até agora a disputa estava sendo concentrada no Tribunal de Justiça do Amazonas, aonde os demais herdeiros questionam a alteração nas participações societárias do Grupo Chibatão. Eles alegam que a viúva aproveitou-se do estado de saúde de “Passarão” para manipular as cotas societárias, aumentando a própria participação na empresa de 1% para 43%.

Os filhos reivindicam a partilha igualitária do patrimônio e acusam a viúva e suas filhas de fraude processual.

“A família reafirma sua confiança na Justiça e acredita que os fatos serão esclarecidos com base na verdade e na legalidade. As administradoras seguem focadas na missão de dar continuidade ao legado do fundador, com responsabilidade, respeito à memória de José Ferreira de Oliveira e compromisso com os colaboradores, parceiros e com o Estado do Amazonas”, rebatem a viúva e as filhas na nota distribuída hoje..

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