“Diretora” da AFEAM, que tenta tumultuar início do Governo de Wilson Lima, é alvo de denúncias

Iolane Machado da Silva, a gestora que desde o meio do ano manda na Agência de Fomento do Amazonas, mesmo sem ter seu nome aprovado pelo Banco Central, tenta neste momento tumultuar o início da administração do governador eleito, Wilson Lima (PSC), formulando denúncias no Ministério Público do Estado contra seu antecessor, Alex Del Giglio, já anunciado novo secretário de Fazenda. Ocorre que ela própria foi alvo do procedimento número 4778/2012, instaurado na 13ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção ao Patrimônio Público, acusada de improbidade administrativa, quando era diretora da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos. Também já foi alvo de várias outras investigações.

O histórico de Iolene não a credencia como alguém com credibilidade para denunciar maus feitos. Em julho deste ano ela foi indicada pelo governador Amazonino Mendes (PDT) para presidir a Agência de Fomento do Estado. Ocorre que o Banco Central precisa aprovar a indicação, o que não ocorreu por causa de outro processo a que ela responde, no Tribunal de Justiça do Pará (número 000026-582007.8.14.0051). Ela foi enquadrada no artigo 171 do Código Penal Brasileiro por falsificar documentos do plano de previdência do Banco HSBC, para se beneficiar de recursos da instituição, ocasionando prejuízos patrimoniais.

Já o procedimento instaurado no Ministério Público do Estado dizia respeito a uma denúncia de favorecimento pessoal na nomeação de consultoria técnica responsável pela assessoria Jurídica da Superintendência Municipal de Transporte Urbanos. Ela teria recebido uma gratificação inexistente no Regimento Interno do órgão, assim como proporcionou o acúmulo ilegal de gratificações a servidores designados pelo decreto de 18 de junho de 2012, para exercerem funções na Comissão de Licitação. Na época o prefeito de Manaus também era o atual governador Amazonino Mendes.

Irmã de Stones Machado, presidente de honra do PDT, partido do governador, ela ocupou cargos de relevância nas administrações de Amazonino por causa dessa ligação política. Em 2013, quando o atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), assumiu o cargo, ela conseguiu ser nomeada diretora de Administração e Finanças da Manausprev. Mais uma vez acabou sendo alvo de uma denúncia grave. O então vereador Professor Bibiano (na época no PT e hoje no Avante) apresentou representação ao Tribunal de Contas do Estado, acusando-a de acumular irregularmente as funções de Diretora da Administração e Finanças e Presidente do Comitê de Investimento da Manaus Previdência. Mais tarde ela viria a ser acusada de fazer lobby para que o órgão fizesse investimentos no fundo carioca FIP Express, o mesmo que causou um rombo de R$ 20 milhões nos cofres da Afeam em 2014, no governo José Melo (PROS), assim como esteve envolvido em falcatruas na administração do ex-governador Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro.

Devidos aos desmandos, Iolane acabou exonerada pelo prefeito Arthur Virgílio Neto, que fez uma reformulação total na Manausprev.

Nos últimos meses ela mandou na Afeam, mesmo sem ter seu nome aprovado pelo Banco Central. Colocou na direção do órgão dois funcionários de carreira de sua confiança – Luiz Fernandes e Ana Lúcia Almeida – e permaneceu atuando como uma espécie de “eminência parda”.

Na semana passada o governador eleito, Wilson Lima, solicitou ao TCE-AM que impedisse a realização de uma licitação para digitalização da Afeam, no valor de R$ 9 milhões. Ela foi concebida por Iolane e comprometeria mais de 10% do orçamento total do órgão para 2019. O próprio Luiz Fernandes, atendendo apelo da Comissão de Transição, sustou a dispensa de licitação. Mas a “eminência parda” determinou que o processo continuasse.

Diante da disposição do governador eleito de evitar prejuízos à Afeam, Iolane decidiu se vingar, procurando o Ministério Público para formular denúncias contra Del Giglio, o que, ela imagina, pode prejudicar o início da nova administração. E ainda tentou, em uma nota oficial divulgada pouco antes do Natal, envolver o governador Amazonino Mendes na questão. Ele não referendou a atuação da auxiliar.

 

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