Derrotados

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Cada vez que escrevo sobre futebol notadamente a participação da seleção brasileira em copas do mundo, recebo uma saraivada de críticas justamente porque não se fala mal de uma das paixões brasileiras e saímos impunes. Tô nem aí!

Após mais um fiasco na maior competição do gênero no planeta aumentando um jejum que vem desde 2002, nossa seleção repete o fracasso depois de trocar de presidente da CBF em meio a um escândalo financeiro e de técnico escolhido como aquele que, finalmente, encarnava o dístico de vencedor e preparador de equipes vitoriosas. Nem uma coisa nem outra!

Consultando a palavra seleção no dicionário lê-se: substantivo feminino; conjunto dos melhores atletas,em qualquer modalidade, escolhidos para representarem um país ou uma região num encontro desportivo. Pronto! Mais claro impossível.

Se é uma seleção dos melhores porque diabos se escalam somente uns treze ou quinze a cada partida e se teima em manter no jogo aqueles que, mesmo selecionados entre os melhores, nada produzem ou em nada contribuem com a equipe? Nesse ponto o Tite foi um fiasco.

O futebol mundial, como todo esporte que arregimenta milhões de admiradores, depende cada vez da mídia, de patrocínios, de propaganda, de artifícios para se propagar e sobretudo de craques para sustentar esse círculo nem sempre virtuoso onde a grana e os interesses econômicos envolvidos ditam as regras inclusive, quais jogadores serão selecionados pois, esse ou aquele patrocinador, determinará quem “merece” ser convocado. É a regra mais comum do mercado futebolístico; até os bordões, os enfoques e os flagrantes televisivos são ditados pelo patrocinador para esse ou para aquele jogador. Logicamente que nem sempre foi assim e quando não era o futebol foi mais sério, melhor disputado, mais emocionante e alegre para o torcedor e o país como um todo.

Hoje em dia vale mais a chuteira da moda, o cabelo cortado ou pintado de modo espalhafatoso, as tatuagens no corpo, os dentes falsamente embranquecidos, o terninho assinado, etc. porque futebol que é bom necas.

Em termos de Brasil, nessa Copa já podemos enumerar vários perdedores: a seleção brasileira, o técnico Tite, a CBF e alguns selecionados mas, o maior selecionado derrotado, chama-se Neymar e a sua imaturidade, seu exibicionismo, seu futebol medíocre e previsível e suas manhas objetos de gozação mundo afora.

Mas, de uma coisa aqueles e aquelas que perderam tempo em frente à TV podem ter certeza: seu sofrimento e angústia sequer tocaram  a alma desses jogadores ricaços, muito bem servidos de mordomias, vivendo distantes do Brasil e que darão continuidade às suas peripécias futebolísticas para plateias e patrocinadores dispostos a pagarem qualquer preço para tê-los nos seus clubes.

Té logo!

*O autor é farmacêutico e empresário