Deputada denuncia que pacientes renais crônicos estavam sendo tratados com água contaminada no HUGV

A deputada estadual Alessandra Campêlo informou que vai ingressar com representações no Ministério Público Estadual e Federal contra o Getúlio Vargas, responsabilizando o hospital pela contaminação de pacientes renais crônicos que faziam tratamento de hemodiálise no local.

A providência foi anunciada pela líder do PMDB após reunião na manhã desta sexta-feira, 20 de outubro, no auditório Cônego Azevedo, no primeiro andar da Assembleia Legislativa, com a presença da Associação dos Renais Crônicos do Amazonas (Arcam), da Comissão da Mulher da Casa, de familiares das vítimas e de trabalhadores que prestam serviços terceirizados em unidades de saúde do Estado.

“Por meio da Comissão da Mulher, das Famílias e do Idoso nós vamos fazer uma representação junto ao Ministério Público Estadual e Federal para que os responsáveis respondam criminalmente. Essas pessoas estão contaminadas por metais pesados e elas têm sintomas muito graves, desde tonturas até taquicardia”, disse a deputada.

Segundo Alessandra, as denúncias dão conta de que o Setor de Regulação de Hemodiálise do hospital ficou sabendo da contaminação da água meses antes e mesmo assim manteve o tratamento, colocando em risco a vida dos pacientes. O problema não diz respeito à atuação gestão da Secretaria de Estado da Saúde (Susam).

De acordo com a Arcam, existe a suspeita de que pelo menos dois pacientes teriam morrido em razão da contaminação da água por alumínio no período em que faziam tratamento no HUGV.

“São pessoas que estavam fazendo hemodiálise com água contaminada no Getúlio Vargas com conhecimento da equipe do hospital e da Susam há cerca de um ano. Isso precisa ser investigado, inclusive pela polícia, porque é um crime. É muito grave”, concluiu Alessandra. 

Entenda a história

Segundo o secretário-geral da Arcam, Thiago Coelho, no dia 7 de outubro, pacientes renais crônicos que eram atendidos no HUGV ficaram sem fazer hemodiálise em virtude de contaminação no sistema de água do local. No total, 42 pacientes deixaram de fazer  o tratamento e precisaram ser deslocados emergencialmente para a Cehmo, clínica que presta serviços de hemodiálise ao Governo dentro das instalações do Hospital Adriano Jorge (Cachoeirinha).

Além da representação da deputada no MPE e MPF, os renais crônicos terão acompanhamento da Comissão da Mulher para atendimento de suas demandas na esfera cível e criminal. Eles cobram do HUGV o tratamento específico para a contaminação por metais pesados e apoio com transporte para o Hospital Adriano Jorge, novo endereço onde passaram a fazer a hemodiálise.

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