David vence Bolsonaro, Wilson, Assembleia, Câmara com diferença muito maior do que se previa e sai da eleição muito forte para os próximos embates

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) fez história hoje. Superando todas as expectativas, ele venceu com certa facilidade o Capitão Alberto Neto (PL) no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Manaus. Foram 54,59% (576.171 votos), contra 45,41% (479.297 votos), uma diferença de quase 100 mil votos, que quase nenhum instituto de pesquisas previu (quem acertou, como o IPEN, o fez na margem de erro). É certo que o vencedor teve apoios importantes, como os dos senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), mas ele conseguiu derrotar de uma só vez o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerado imbatível na capital amazonense, o governador Wilson Lima (União Brasil) e as máquinas da Câmara Municipal de Manaus e da Assembleia Legislativa do Estado. Não é pouco.

No tabuleiro político, a vitória de David (quatro vezes maior do que a que ele obteve há quatro anos contra a lenda Amazonino Mendes) o coloca como o grande ator no cenário previsto para 2026. Pode optar por ser candidato a governador daqui a dois anos, mas também pode apoiar o amigo Tadeu de Souza (Avante), atual vice-governador e coordenador geral de sua campanha, numa atitude corajosa de enfrentamento a Lima. Seja que decisão tomar, o prefeito de Manaus comandará o processo, que também terá Aziz no jogo.

Até ontem o que se previa era que o prefeito poderia vencer em uma disputa acirrada, mas a divisão da direita o favoreceu e um aceno final fez a esquerda, minoritária, porém importante em uma eleição como esta, embarcar com força na campanha dele e esquecer o voto nulo. Ontem, o senador Eduardo Braga gravou um vídeo de apoio, o que foi entendido pelos esquerdistas como uma senha do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), de quem o parlamentar é um dos políticos mais próximos hoje.

David também fez o mais importante movimento deste segundo turno, que foi dividir os evangélicos, trazendo para o seu lado algumas das maiores denominações locais, o que significou uma perda e tento para o bolsonarismo.

Por outro lado, a mobilização da direita hoje em Manaus não foi nem de longe aquela registrada em 2026. A profusão de camisas da Seleção Brasileira deu lugar a uma apatia. Não houve pedido de votos nas portas dos condomínios nem mini-carreatas pela cidade. Do lado contrário, os “davisistas” foram para a rua com gosto, exibindo bandeiras, camisas e bottons principalmente nos bairros periféricos.

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