Por Ronaldo Derzy Amazonas*
Sim leitores, a brincadeira com os nomes dos dois ditadores mais proeminentes da esquerda sanguinária da América Latina é proposital e séria.
Ambos comandam países que atravessam uma séria crise econômica, social e política com uma cruel repressão à oposição produzindo milhares de mortos, ora pelas forças regulares de segurança, ora por milícias treinadas no seio das forças armadas e, têm em comum, o fato de terem chegado ao poder por meio da derrubada de governos os quais combatiam com o argumento de que se transformaram em ditaduras da direita.
Ortega, um combativo guerrilheiro que por décadas liderou a denominada FSLN-Frente Sandinista de Libertação Nacional, alcançou o poder depois de uma sangrenta luta para derrubar do governo a chamada dinastia Somoza assim conhecida por ser comandada por mais de 45 anos a Nicarágua. Pois bem, depois da luta revolucionária que contou com a ajuda do clero católico adepto da Teologia da Libertação, Ortega foi eleito democraticamente e por 6 anos comandou o país. Conturbações sociais, divisões ideológicas internas e o pragmatismo político novamente trazem inquietação à nação e, os revolucionários divididos elegem a viúva de um jornalista assassinado pela ditadura (motivo do recrudescimento do movimento) derrotando exatamente Ortega.
Entre idas e vindas, a revolução vai se sustentando e Ortega retoma o poder onde permanece por longo 12 anos ao alterar a seu favor a Constituição, enfraquecer o poder judiciário, comandar os principais veículos de comunicação e perseguir empresários e a Igreja Católica fontes de resistência à guinada ditatorial que a esquerda, sob o comando de Ortega, protagonizava. O resultado dessa equação já conhecida por quem sabe onde a hipertrofia e o gosto pelo poder desmedido vão dar todos nós já sabemos. Hoje os nicaraguenses enfrentam a pior repressão da sua história recente com mais de 400 mortos no espaço de três meses e Ortega, o outrora revolucionário que derrubou a ditadura somozista, comanda as forças armadas e as milícias contra o mesmo povo que décadas antes o adotou como herói.
Na vizinha Venezuela a história se repete sob uma ótica diferente porém, com resultados, métodos, nuances, resultados e atores absolutamente parecidos posto que os comandantes (ex e atual) desse processo, chegaram e se sustentam no poder após derrubarem governos de direita e construírem com a imposição do medo, do controle dos meios de comunicação, do domínio do judiciário e das forças armadas e do sufocamento da oposição no parlamento, uma ditadura de esquerda onde imperam a fome, o desemprego, a hiperinflação e da farta corrupção.
Chavez antes e Maduro até hoje, são os personagens centrais de uma ópera bufa cujo roteiro, cenário, figurino e atores coadjuvantes reinam absolutos levando o país à bancarrota econômica e ao caos social nunca antes experimentado pelo povo do país vizinho que hoje, além de petróleo, exporta gente, doenças, fome e desesperança.
E olha que o nosso país quase chega a esse nível quando a esquerda ainda que por processos e meios diferentes chegou ao poder mas deixou um legado de terra arrasada. O desemprego e o rombo fiscal estão aí para provar!
Encerro, reproduzindo uma célebre frase do Deputado Ulisses Guimarães quando da promulgação da Constituição de 1988: “Tenho ódio às ditaduras”.
Té logo!
*O autor é farmacêutico e empresário
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)