Choremos pelo povo venezuelano

Por Ronaldo Derzy Amazonas*

Um fato pitoresco povoa minha memória quando eu e um grupo de amigos estávamos na Venezuela em viagem de férias. Meu carro era uma pick-up movida a diesel com poucos postos de abastecimento disponíveis com esse tipo de combustível naquele país. Dirigi-me a um deles e, como nenhum frentista se dispusesse em me atender, resolvi eu mesmo encher o tanque do carro. Ao final, chamei e fiz sinal para um dos frentistas e o mesmo, com um aceno, mandou que eu fosse embora como quem diz: alguns centavos não farão falta.

Faço esse relato apenas para demonstrar a fartura e o preço simbólico que ainda se paga pelos combustíveis naquele país, como eles sabem que sua economia gira em torno do petróleo e como essa riqueza é, nos dias atuais, utilizada para promover e sustentar um levante militar que há mais de 15 anos impera por lá.

De uma próspera nação e uma sólida economia baseada na exploração do petróleo por ser o quinto maior país produtor do ouro negro do planeta, assistimos penalizados hoje um país destroçado econômica e politicamente à beira de uma guerra civil que, em dois meses de intensas e sangrentas lutas e manifestações, ceifou a vida de quase cem cidadãos.

Hugo Chavez o envolvente e fanfarrão ditador foi e é, mesmo após sua morte, o principal protagonista dessa sangrenta luta fratricida posto que deixou suas crias pra continuar um trabalho sujo e abjeto de dominação pelo medo e pela violência, atacando cidadãos de bem, estudantes, donas de casa, opositores políticos e até o parlamento, numa escalada ensandecida pra se perpetuar no poder.
O filhote de ditadura Maduro, de reles motorista de caminhão que um dia conheceu Chavez e a este sucedeu numa eleição absolutamente fraudada como foi reconhecida por observadores internacionais, continua a mandar e desmandar no país comandando as forças armadas, as milícias populares e um batalhão de espiões sanguinários impondo o terror contra tudo e contra todos os que intentarem se opor contra seus desmandos.
Ápice dessa quase guerra civil, é a trôpega tentativa do governo já sem a menor condição de se sustentar no poder, de realizar uma constituinte popularesca e policialesca para ampliar seus poderes sobre todos os mecanismos e instituições democráticas ainda resistentes como o parlamento e a procuradoria geral a fim de consolidar e escancarar de vez a implantação de uma ditadura bolivarianista numa região onde outros exemplos menos gritantes porém com DNA chavista, teimam em copiar esse modelo ultrapassado e retrógrado que num passado não muito distante, reinou em diversos países da América latina.
Penso, sinceramente, que a ditadura chavista está nos seus estertores e caminhando celeremente para um final melancólico e sangrento como soi ser com todas as ditaduras que ousaram ignorar o voto, a soberania popular, a imprensa e a opinião pública internacional nadando contra todas os mecanismos democráticos que as nações mais decentes e consolidadas já aprenderam a respeitar nas suas trajetórias.
O atual momento vivido pelo povo e pelas instituições civis e  militares venezuelanas nos leva a crer que a ditadura chavista está com os dias contados.
Torço sinceramente para que esse momento não tarde a chegar.
Té logo!

Sds Ronaldo Derzy Amazonas

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