Por Dauro Braga*
Recentemente ouvi a crônica de um famoso comentarista econômico e político de renomada fama nacional onde ele fazia severas críticas ao Cel. Ursa, taxando-o como o mais legítimo representante dos torturadores do movimento de 64. Dá para entender sua revolta e indignação, pois a tortura é a forma mais vil e cruel de submeter um ser humano a um processo de sofrimento doloroso e aviltante. O que não consigo entender é a sua falta de indignação para com os outros torturadores assassinos e cruéis, como: Fidel, Chávez, Maduro, Morales, Che Guevara e tantos outros mais que sempre foram recebidos aqui com pomposas festas e grandes honrarias dignas a um chefe de estado, pelos mesmos brasileiros que hoje criticam e condenam os eventuais abusos cometidos pelos integrantes do regime militar de 64.
Onde está a coerência e o senso de justiça de nossos compatriotas e do nobre articulista? Quando o assunto em pauta é a tortura, a omissão do nome desses crápulas no rol dos torturadores, é no mínimo um erro crasso cometido propositalmente com a finalidade de preservar a imagem dos amigos do rei encarcerado e de seu séquito de fanáticos seguidores. Será que esses bandidos não merecem a mesma repulsa e indignação do povo e do nobre jornalista?
Dentro desse contexto, permitam-me acrescentar a corrupção como sendo uma outra forma de tortura tão cruel quanto a outra. A falta de recursos públicos surrupiados por assassinos cruéis e desalmados, afeta diretamente toda a população mais carente, pois retira dela até o direito mais elementar que se pode dá a um ser humano, que é o de morrer com dignidade.
Será que o articulista zeloso já se deu ao trabalho de verificar quantos já morreram e ainda morrem diariamente à míngua nos corredores dos hospitais por falta das coisas mais elementares para os primeiros socorros? Já imaginou o nobre repórter o tamanho do sofrimento de uma pessoa que agoniza com falta de ar no chão do corredor de um hospital por falta de uma simples maca e de um tubo de oxigênio para amenizar seu sofrimento, quando o custo desses apetrechos é mais ou menos o mesmo do de uma garrafa do bom vinho que os canalhas consomem com o dinheiro roubado do povo nos festins de bacanal feitos em hotéis de luxo? Não será isso também um tipo de tortura tão cruel como a que o valoroso repórter e todos nós repudiamos e condenamos com justa razão? Sim, isso também é uma forma de tortura física tão cruel e dolorida como a outra, com o agravante, essa além de provocar o sofrimento físico , avilta a dignidade humana na medida em que retira do moribundo a esperança, a capacidade de resistência e até a fé.
O jornal matinal da Globo mostrou hoje a cidade de Itaboraí-RJ, onde antes pulsava com todo vigor o progresso com a instalação de um polo petroquímico da Petrobras. Pois bem, com a quebra da Petrobras devido ao assalto criminoso que fizeram em seus cofres, o polo petroquímico que ali estava sendo implantado acabou tendo suas obras paralisadas por falta de dinheiro, e com isso, 30 mil empregos foram fechados e mais de 700 estabelecimentos.
comerciais cerraram suas portas. A grosso modo, podemos afirmar que, mais de 100 mil empregos diretos e indiretos foram extintos. Pela extensão dos danos causados a tantos pais de família que hoje perambulam pelas ruas a procura de um bico para fazerem afim de conseguirem algum dinheiro para comprarem o pão dos filhos, podemos dizer que isso é também uma forma criminosa de tortura.
Prezado articulista, atos de tortura, assassinatos, abusos e outros crimes, foram cometidos pelos dois lados envolvidos na contenda. De um lado os legalistas que lutavam por uma pátria livre do julgo comunista, e do outro, os revoltosos contrários que queriam tomar o poder e prosseguirem com o seu plano diabólico de implantarem na América do Sul mais uma republiqueta nos moldes da de Cuba. Entre as partes beligerantes não havia espaço para colocação de ramalhetes de flores. Essa é a verdade. Há muita história escrita sobre os fatos ocorridos. É preciso lê as duas versões, pois mentiras e verdades são contadas pelos dois lados. Qualquer dúvida, procure esclarecê- las com aqueles que tem mais de sessenta anos pois, esses sim, são os melhores historiadores e testemunhas vivas do período revolucionário de 64.
Narrar os fatos com a fidelidade como ocorreram, é escrever história e história é ciência.. Quem fez isso muito bem foi o maior historiador da América do Sul, o maranguapense Capistrano de Abreu. O que não é história é causo. Quem os conta muito bem é Pantaleão, personagem criada pelo imortal humorista, também maranguapense, Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, o popular Chico Anysiio.
*O autor é empresário (daurofbraga@hotmail.com)
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)