Manaus é uma das capitais brasileiras onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem mais popularidade, segundo todas as pesquisas feitas até aqui. Não por acaso os candidatos que se declaram de direita procuram demonstrar que têm alguma proximidade com ele ou com o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), para influenciar o eleitorado deles. Nos últimos dias esta disputa tem sido acirrada, especialmente entre o deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos) e o Coronel Menezes (Patriota).

Menezes já chegou a dizer que era o único candidato “com o DNA de Bolsonaro”. Ele é, de fato, o que tem mais proximidade pessoal. O presidente é seu padrinho de casamento e os dois se conhecem há 40 anos. Isso, entretanto, não impediu que fosse exonerado da Superintendência da Zona Franca de Manaus. Aliás, foi a intimidade com o capitão que de certa forma provocou sua demissão. Ele ignorou sistematicamente a bancada federal do Estado, pensando que apenas sua relação pessoal com o chefe o garantiria, e acabou abatido em pleno vôo. Agora, confirmado candidato, voltou a ignorar as outras correntes políticas e não conseguiu construir alianças. Conseguiu que Bolsonaro gravasse um vídeo elogiando seu trabalho e “colou” nos filhos do presidente ontem à noite, quando eles chegaram à cidade para participar de um evento no segmento do turismo.

Alberto Neto trabalha de forma diferente, usando seu mandato de deputado federal. Conseguiu ser convidado – e aceitou – assumir uma das vice-lideranças do Governo na Câmara dos Deputados e de quebra fez uma foto com o presidente durante café da manhã com a bancada de seu partido. Também tem participado ativamente de audiências onde Bolsonaro ou Mourão estão e enfatiza sua presença nelas por meio da assessoria de imprensa. E tem no próprio partido um reforço na estratégia, uma vez que os Flavio e Carlos Bolsonaro filiaram-se ao Republicanos.

Correndo por fora, Romero Reis (Novo) tenta desqualificar a chamada proximidade de Menezes com Bolsonaro e tem como grande trunfo a presença do movimento Direita Amazonas em sua campanha. Apoiadores do presidente, os integrantes do grupo organizam eventos de direita e inserem o candidato no contexto, para tentar ligá-lo ao chefe da Nação. Ex-major do Exército, o empresário já chegou a bater boca com o coronel nas redes sociais, por conta vídeo divulgado por este último.

O único dos candidatos de direita que não busca demonstrar proximidade com o presidente é Chico Preto (DC). Já chegou a dizer inclusive que apoia, sim, Bolsonaro, mas é candidato por sua própria história.

Josué Neto (PRTB), outro que pretendia caminhar nessa raia de direita, surpreendeu na reta final, ao desistir da candidatura e apoiar um candidato foram desse espectro da direita. Vai de David Almeida (Avante), posicionado mais ao centro.

A direita em Manaus não se une de jeito nenhum.