Os seis ministros do PMDB devem permanecer no governo e avaliam a possibilidade de se licenciar do partido. Essa foi a posição tirada ontem à noite, durante reunião na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (à direta na foto), que contou também com a presença do líder da legenda no Senado, Eunício Oliveira (à esquerda na foto).
Os ministros se reuniram, hoje, no Planalto, com a presidente Dilma. Eles disseram que, por ora, ficam no governo e que reavaliarão o cenário até sexta-feira, quando o governo deve fazer um rearranjo em seu formato, de acordo com as mudanças na base.
— Essa solução não constrange o partido nem é um ato de covardia com o governo que nós apoiamos até ontem — relatou um dos ministros.
A proposta de se licenciarem do partido está sendo estudada, mas não há consenso sobre o assunto. Parte dos ministros defende essa saída como uma forma de “respeitar” a moção de rompimento do partido com a presidente Dilma.
Outros, no entanto, dizem que não há dispositivo no regimento do partido que abra brecha para isso.
— Quando o partido era formalmente aliado do governo, essa ala oposicionista votava contra as propostas do Planalto e não era punida. Por que vamos ser penalizados agora? — argumenta um dos ministros.
Na reunião no Planalto, os ministros disseram que permanecem no governo e que a presidente Dilma deve ficar à vontade para remanejá-los. Há a expectativa de que, após o PMDB romper com a presidente, o governo faça um rearranjo de cargos de todos os escalões para abrigar partidos que permanecem na base.
O novo alinhamento dos peemedebistas governistas foi costurado e amadurecido no dia de hoje em contatos e conversas entre os ministros Eduardo Braga (Energia), no centro da foto; Katia Abreu (Agricultura); Mauro Lopes (Aviação Civil); Marcelo Castro (Saúde); Celso Pansera (Ciência e Tecnologia); Helder Barbalho (Portos); e, Renan e Eunício.
— Sair do governo não foi inteligente. O governo tem a caneta. Os que deliberaram pela saída encheram a caneta de tinta — afirmou um dos presentes.
Os ministros Kátia Abreu, Celso Pansera e Marcelo Castro já tinham decidido ficar em seus ministérios. Esse movimento já tinha sido acertado antes. Mas o ex-ministro Henrique Alves, de maneira inesperada, optou pela saída. A permanência na base do Planalto explica porque os principais dirigentes do PMDB no Senado não foram à reunião do Diretório Nacional em que foi decidido pelo afastamento do governo da presidente Dilma.
Informações do jornalista Ilmar Franco, de O Globo
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