Ativismo linguístico

Não resta dúvidas de que, em se falando de minorias, a sociedade deve encará-las com certo ar de civilidade e proteção, afinal, estamos falando de minorias.

Entretanto, nas últimas décadas, certas minorias mais atrevidas, forçosamente empoderadas e permissivamente protegidas, tentam impor, além do poder que pensam ter, suas ideias e costumes pra lá de extravagantes.
A sociedade, ainda que alguns torçam o nariz para essa realidade, é composta de estratos e, a partir dessas camadas que se sobrepõem, forma-se aquilo que denominamos de base e cume social.
Essa conformação social existe desde que o homem entendeu que, se se reunisse em pequenas comunidades, a proteção aumentaria e a chance de sobrevivência seria maior a partir da realização de atividades coletivas e também da divisão comunitária do produto da caça, da plantação e da moradia e dos espaços a serem ocupados.
Logicamente, que nossos antepassados mais remotos, também perceberam que essa forma de vida social precisaria de lideranças e de normas a fim de que as coisas andassem de modo minimamente organizado.
Todas as vezes em que as normas eram feridas e as lideranças cediam às imposições das minorias ou destoavam da vontade e do pensamento da maioria ou as conduziam para caminhos tortuosos e difíceis, se quebrava a confiança, e a comunidade tendia a desaparecer.
Há dezenas de exemplos de comunidades e até civilizações que alcançaram altos patamares e foram paradigmas de existência terrena porém, definharam e desapareceram a partir do momento em que entraram em verdadeira entropia quando suas lideranças permitiram que as minorias ditassem as regras sociais, legais, religiosas, éticas e morais.
Decerto que os grupos minoritários necessitam se organizar social e politicamente a fim de que defendam ideias e ideais como forma de sustentação e até de sobrevivência porém, há limites civilizatórios a serem respeitados senão, estaremos diante da inversão forçosa da pirâmide social.
Um dos mais recentes exemplos  de tentativa de imposição de normas por parte das minorias e que minha saudosa mãezinha, D. Lélia, chamaria de presepada, é o que se denomina de linguagem neutra, em que se aplica um exdrúxulo tratamento à norma culta da linguagem com a supressão pura e simples dos artigos  definidos A e O tanto do ponto de vista escrito como fonético. Uma verdadeira aberração linguística!
A vasta e rica língua portuguesa ao longo da sua trajetória logicamente que, como todos os demais idiomas, passou por adequações e até transformações em que instituições, professores, linguistas e estudiosos do tema, foram chamados a opinar e, após anos e anos de debates, alcançaram o consenso para as mudanças ou mesmo uniformização do idioma a ser falado e escrito.
O que certas minorias, defensoras do indigitado idioma neutro querem, é impor goela abaixo da maioria, uma forma de falar e escrever nosso idioma pátrio sem que ao menos haja análise, discussão ou até mesmo aprovação por parte sociedade ou de quem tem cacife técnico para tal.
Já há, até no STF e em alguns estados, vários processos e causas sendo analisadas contra e a favor da aplicabilidade e legalidade da linguagem neutra.
Espero que, de modo seguro e tão somente baseado em critérios técnicos e legais, esse tema seja discutido e definitivamente descartado, para que cuidemos de proteger nosso idioma dos ataques injustificados de uma minoria que teima em sair do seu quadrado não por meio de uma agenda aberta e construtiva e sim, pela imposição de suas vontades por sobre todo o tecido social representado pela maioria.
Quando a justiça, os técnicos da área e a sociedade como um todo, permitirem que o modo de falar e escrever sejam alterados, apenas para satisfação de uma minoria raivosa e ruidosa, deixaremos de ser uma nação e seremos apenas párias vivendo em uma comunidade permissiva e decadente tendendo ao desaparecimento como outrora ocorreu.
Essa tentativa não tem nada de includente tampouco é uma pauta que enobreça a minoria que a propõe e a defende.
Isso é uma das maiores aberrações que se tem notícia contra nossa língua mãe e uma visão distorcida e vesga do que seja ocupar espaços e ganhar respeito dentro da sociedade.
Com esse modo intolerante de agir contra a língua portuguesa, essa gente desce ao fundo do poço como minoria, porquanto, deseja impor costumes e modismos que mexem com a raiz de um povo e até de uma civilização, que é a língua falada e sua importância para o futuro de um povo.
Essa gente não deseja e não se permite, que esse modo errático e abominável de se expressar, se reserve apenas às suas tribos. Querem mesmo é o domínio por toda a sociedade.
Vão devagar, que o buraco é mais embaixo!
Hoje a vítima é a língua portuguesa e seu modo padrão e correto de expressão.
Amanhã, se permitirmos esse achincalhe e se deixarmos que uma minoria relativize os padrões sociais tradicionais, atacarão o modo de vestir, se insurgirão contra a natureza familiar, agredirão a religião e invadirão a propriedade. Vão vendo!
Se insistirem nessa pauta agressiva e injustificável, estarão fadados aos guetos deixando até de ser minorias.]
Té logo!