Antes mal acompanhado do que só

Ninguém pode negar que há uma crise fenomenal sobre os matrimônios e, como consequência disso, sobre a constituição familiar que nasce a partir da união de homem e mulher.

Cada vez mais raras são as comemorações de bodas sejam elas de papel, de madeira de cristal, etc. Bodas de prata nem pensar! De ouro quase impossível!

Minha geração e de uma penca de amigos dão graças a Deus por terem comemorado matrimônios longevos dos seus pais.

Casar numa igreja seja de que religião for é cerimônia na maioria das vezes apenas o cumprimento de uma tradição imposta pelos pais dos nubentes ou até mesmo pela sociedade.

Atualmente, mais vale mesmo são as uniões consumadas num cartório ou diante de um juiz de paz posto que a existência de bens se sobrepõem à vontade de viverem juntos e até mesmo ao amor e aí o que predomina é que as posses adquiridas anteriormente permaneçam com seus donos naturais.

O casamento por si só já é uma loteria.

Unir dois seres de sexos diferentes, criações diferentes, saberes e formações diferentes, idades diferentes e religiões diferentes e, a partir daí pensar que vai dar certo e durar muito tempo, é apostar no imponderável.

Todas as crises matrimoniais surgem exatamente a partir dessas diferenças cada vez mais difíceis de serem superadas pelos casais modernos.

Inimaginável é pensar que cada lado seja absolutamente preparado, sábio ou suficientemente maduro para ceder ou superar essas diferenças a cada dissensão e por fim às crises abertas.

Quem, sendo casado, que atire a primeira pedra se ainda não experimentou uma briga, uma crise ou até uma separação momentânea ou definitiva.

Casamento é assim mesmo! Por isso se chama casamento e não união.

Casamento, por assim dizer, é a celebração diante da lei de Deus e dos homens e de testemunhas, de pessoas de sexos diferentes com a finalidade da procriação e vida em comum para sempre.

União, por outro lado, é a simples junção de criaturas com finalidades, sentimentos e pretenções meramente carnais ou comercias sem necessariamente o compromisso com a perpetuação da espécie.

Em ambas as situações impera o sentido de uma escolha.

Escolha muitas vezes nem sempre acertadas porém, repletas de significados e desdobramentos.

Enfim, se vc decidiu ou escolheu por casar, saiba que cada dia que passa essa escolha carrega consigo um mar de dificuldades e caminhos sinuosos.

Mas, se sua escolha é madura, firme e decidida, fique ciente de que em meio a tantas tempestades sobre o matrimônio, há também longos momentos de calmaria onde devem prevalecer o perdão, a concórdia e sobretudo a renúncia.

Matrimônio sem renúncia é união!

Matrimônio sem recuos e avanços tendem ao fracasso!

O que não se pode experimentar é a solidão ou o fracasso diante de uma crise por mais banal que possa parecer.

Muitos podem até ter estranhado o título do artigo e de fato ele soa meio que contraditório com tudo o que penso sobre matrimônio.

Mas sustento uma frase de um velho amigo de infância que preferia estar mal acompanhado do que só.

Que cada vez mais os jovens que escolherem por uma vida matrimonial, possam aprender sobre as vicissitudes, os fracassos, as dificuldades e sobretudo sobre as renúncias.

Que Deus aponte os caminhos e seja o elo que une definitivamente os casais.

Se a opção pelo matrimônio contar sempre com a presença de Deus, saiba que a longevidade, o respeito e as coisas boas da vida conjugal estarão sempre presentes e saberão superar as crises por mais difíceis que possam parecer.

Té logo!