Almoço com a analista do Leblon

Se eu apresentasse aquela apresentadora de TV, analista política e às vezes de economia pra D. Lélia, minha mãe, ela perguntaria de bate pronto: – Quem é essa peça?

Confesso que tinha uma vontade enorme de conhecer mais de perto essa personagem que em mim causava sentimentos escondidos de admiração e de raiva. Mais de raiva que de admiração tendo em vista minha permanente discordância com a postura pedante e o ar falsamente acadêmico da analista.
Aí, de modo oportunista, me ofereci para almoçar na casa da famosa estrela televisiva.
Pois bem meus caros e fiéis leitores, depois de uma ansiosa espera, finalmente a tal apresentadora, aquela sempre de cara animada e feliz, abriu seu Ap para um almoço com convidados escolhidos a dedo. Eu de oferecido no meio!
Ter sido aceito para o convescote, foi encarado por mim ao mesmo tempo como um prêmio e castigo que meus leitores haverão de entender ao longo desse artigo.
Ela nos recebeu no seu duplex na região do Leblon/RJ. Sim leitores, a comentarista de economia é uma jornalista podre de chique e de rica, obviamente, graças ao seu trabalho que exerce há mais de 40 anos a favor ou contra governos e governantes, no mais poderoso grupo de comunicação do país.
Cabelos desgrenhados acaju, num indefectível blaser e uma calça tipo corsário em tons pastéis, sandálias rasteiras, sem maquiagem mas com um leve toque de batom cor de carne nos lábios(nota-se que a moça é animada até nas cores que veste e se maqueia), assim a septuagenária senhora nos recebeu à porta da sua nada humilde residência.
Com a mesma cara de alegria que aparece na TV dos Marinho e com a mesma naturalidade com que fala mal de tudo e de todos, assim fomos recebidos pela jornalista.
Confesso que achei que estaria indo para um velório e não para um almoço dado a ambiência burocrática e nada convidativa do espaço.
Conta, sua resumida biografia, que ela é mineira, ex saudosa comunista, ex presidiária política por propagandear os ideais comunistas no início da década de 1970, tem 70 anos, foi mãe solteira de três filhos todos empregados do Grupo Globo, ferrenha adversária do atual governo federal. Essa, em resumo, é uma parte da vida que conhecemos da comentarista.
Após as “animadas” apresentações enfim nos sentamos à longa mesa de 12 lugares, uma valiosíssima peça em laca marfim e cadeiras almofadadas de tecido acetinado.
Criadagem a postos para iniciar o serviço.
Além de mim, dez outros convidados que transitavam desde simples curiosos como eu, passando por diplomatas, empresários e banqueiros e, óbvio, coleguinhas de bancada da moça.
Para o almoço, a pièce de résistance foi pato selvagem ao molho Véloute em meio a saladas verdes e de legumes e arroz à Provençal. Para harmonizar tudo, logicamente que um bom vinho tinto francês Château Lagrange du Pomerol.
Não sei o que os demais convidados foram fazer lá mas eu sabia pra quê e o quê iria fazer num almoço oferecido pela também prolífica escritora.
Obviamente que eu iria perguntar sobre as muitas barrigadas, os erros propositais e as análises desastrosas que a moça já cometeu ao longo da carreira.
Suas apostas de desastre econômicos e políticos quase nunca se sustentam ou se comprovam.
Por exemplo a projeção para baixo (ponha para baixo nisso) que ela fez sobre o crescimento do Brasil ao não apostar no PIB de 7,5 em 2010 e nos anos seguintes; apostar cegamente no fim da era do governo Kirschiner na Argentina que elegeu e reelegeu-se por anos a fio. Sim ela gosta também de dar palpites em política; desdenhar de programas econômicos e dos seus idealizadores quase sempre por simples oposição e não por preparo técnico e científico.
Entretanto, não é com a mesma cara de rottweiler que empareda políticos nas poltronas das rodadas televisivas de entrevistas que a criatura encara as embaraçosas perguntas. Divaga, sai pela tangente, ensaia fórmulas econômicas e tiradas evasivas para encher linguiça mas não responde a nenhuma das indagações formuladas.
Enfim, essa é a apresentadora que desde antes encarna e desanca contra o atual governo, mais por ódio político e menos por convicções e análises econômicas corretas e desapaixonadas.
Ferrenha detratora de colegas de profissão e notória crítica de ministros de economia e das áreas sociais utilizando-se de epítetos nada agradáveis, ela foge como o cão da cruz quando confrontada com seus erros e suas bizarras projeções e profecias catastróficas dia após dia seja no rádio ou na televisão.
Quase sempre se escuda nas expressões feministas ou no vitimismo feminino démodé para atrair comiseração dos seus pares de bancada jornalística a fim de sair da condição de carrasca para boazinha.
Mesmo assim eu gosto dela apesar de tudo. Ainda que com aquela cara de Madalena arrependida.
Ela e pessoas como ela no meio em que vivem, são inúteis e desnecessárias posto que colocadas a serviço duvidoso e nada nobre de prestarem-se à insistente condição de propagandistas do caos e pagos para criar e distorcer fatos, divulgar e martelar notícias negativas e impor o pânico na população.
O Brasil não precisa de gente como ela muito bem pagas para espalhar desastres e conflitos e, em nome das notícias e apostas econômicas erradas e com a cara mais lambida, desculparem-se depois dos pontos fora da curva repetindo sempre: -Foi sem querer querendo!
Té logo!

ET. Qualquer relação do texto com pessoas ou fatos da vida real terá sido mera coincidência.