Por José Ricardo Weddling*
No dia 22 de março foi comemorado o Dia Mundial da Água. Dia de reflexão sobre a importância da água para a vida e sobre a importância de lutarmos para que todas as pessoas tenham acesso a esse líquido essencial para existência humana.
Ninguém vive sem água. Por isso, é um direito social garantindo pela Constituição Brasileira. Água não é mercadoria, portanto, deve ser direito, inclusive, para quem não tem dinheiro para pagar.
O poder público deve garantir o acesso à água potável, por meio de políticas públicas. A Igreja Católica, na Campanha da Fraternidade de 2019, trata sobre as políticas públicas. Uma delas é o saneamento básico, onde se inclui o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, limpeza pública, destinação dos resíduos sólidos (lixo) e drenagem de água de chuvas.
Essas políticas de saneamento ainda não acontecem plenamente nas cidades do Amazonas e em Manaus. Tem muitos bairros sem água, tratamento de esgoto não passam de 20%, não tem coleta seletiva, reciclagem e aproveitamento do lixo, que continua sendo jogado nos lixões, igarapés poluídos e lençóis freáticos. Falta a política de saneamento municipal. Precisamos lutar por isso.
Hoje, o abastecimento de água em Manaus está privatizado. O povo paga uma tarifa muito cara, mais cara ainda é a taxa de esgoto em lugares que nem tratamento tem.
Temos que cuidar da água. O Amazonas tem a maior reserva de água doce do mundo. Rios enormes, igarapés, igapós, nascentes que precisam ser preservados e usados de forma correta. Inclusive, todos os igarapés de Manaus estão poluídos.
Têm atividades econômicas que causam grandes impactos ambientais e poluição. A mineração, exploração da madeira, agricultura extensiva e outras estão sendo estimuladas na Amazônia. A cobiça econômica se estende até para a venda da água. Muito se fala que será bem maior a disputada no futuro. E quem mais perde com isso é a população pobre.
Ainda têm ameaças contra o direito à água, vindas do Governo Federal. O presidente da República disse recentemente que a Amazônia não é do Brasil. Ao contrário, a Amazônia e suas riquezas pertencem sim ao Brasil e ao seu povo. Temos que lutar por esse direito.
Parabéns a todos e todas que lutam pelo direito do povo à água. Destaco a mobilização do Fórum das Águas, que chama atenção da sociedade sobre essa pauta.
Na Câmara dos Deputados, faço parte da Comissão de Desenvolvimento Urbano, onde vamos lutar pela política de saneamento nas cidades.
Água é vida. Viva a vida!
*O autor é economista e deputado federal pelo PT