A mídia brasileira e a opinião pública em discussão

Por Robson Roberto*

Durante a Ditadura Militar a imprensa brasileira foi censurada, principalmente os meios de comunicações alternativas, já que se posicionavam contra o sistema vigente. Após o Regime a liberdade de impressa foi regulamentada por lei, desde então, observa-se a crescente influência da mídia sobre a opinião pública. Porém questiona-se até que ponto se mantém a imparcialidade do que é noticiado.

O atual cenário político brasileiro contribui para a reflexão de como a mídia pode influenciar a opinião pública. Observa-se que grande parte das notícias que são veiculadas tendem a uma única opinião, este fato é prejudicial pois faz com que as pessoas aceitem o que é noticiado como verdade sem se questionar sobre outras visões. Além disso, grandes grupos da mídia são acusados de defender seus próprios interesses políticos e econômicos, como resultado são considerados tendenciosos e manipuladores, até mesmo pela imprensa internacional. Nesse sentido, observa-se que a falta de imparcialidade é prejudicial e acaba tornando a informação questionável, já que evidencia apenas uma parte do todo.

Se por um lado se fala sobre a importância da imparcialidade, por outro não se pode negar que toda reportagem ou notícia é carregada de uma perspectiva própria de um sujeito sobre o mundo, e mesmo que exista um esforço do jornalista para se manter imparcial, de alguma forma ele acabará expondo suas opiniões. Contudo, não se pode radicalizar, é preciso respeitar os diferentes posicionamentos midiáticos, mas é necessário que eles estejam claros para a sociedade, o que evitaria generalizações sobre muitas questões atuais.

Por fim, é importante democratizar o acesso aos diferentes meios de comunicação pois grande parte do que chega a população advém de poucos grupos midiáticos o que contribuiu para fortalecer e manter um posicionamento único. Nesse sentido, o Estado através de suas regulamentações, pode impedir que exista uma concentração da informação nas mãos de poucos e incentivar mídias alternativas que muitas vezes não chegam aos cidadãos. Também é importante que as mídias assumam uma postura verdadeira diante da sociedade deixando claro seu posicionamento sobre os fatos e assumindo o compromisso de mostrar outros posicionamentos. Com ações simples e incentivo ao pensamento crítico o país pode aprender a manter a liberdade de impressa sem ferir a diversidade de pontos de vista sobre um fato.

Para nossa reflexão, o que seria de nós atualmente sem as Mídias Sociais?

*O autor é urbanista, empresário e contabilista