O presidente da Câmara Municipal de Manaus, Wilker Barreto (PHS), está mantendo na gaveta, sem qualquer justificativa, o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito que apuraria a existência de um cartel de combustíveis na cidade, pedido do vereador Mário Frota (PSDB), que tem a assinatura de 18 parlamentares, mais do que suficiente para a instalação.
O próprio presidente se esquiva do assunto, mas o líder do prefeito, Elias Emanuel (PSDB), afirmou há pouco, durante sessão na Câmara, que existem assuntos prioritários a serem tratados na Casa, e a CPI não está entre eles.
Está marcada para os próximos dias uma homenagem ao deputado Abdala Fraxe (PTN), empresário do setor de combustíveis, que já tem inclusive uma condenação por sonegação fiscal. Os vereadores que assinaram a CPI entendem que uma coisa está diretamente relacionada a outra.
Abdala controla cinco votos na Câmara, dos vereadores filiados ao partido que ele dirige. Instalar a CPI, contrariando o interesse dele, poderia levá-lo a conduzir seus comandados para a oposição. Por isso o presidente estaria segurando na gaveta o pedido de instalação da CPI.
Segundo o regimento interno da Câmara, no artigo 62, parágrafo segundo, não é permitido retirar assinaturas de requerimento de instalação de comissões de inquérito. Por isso, o presidente não pode pressionar colegas para que voltem atrás.
