Um gigante capaz de atitudes muito nobres

Por Hiel Levy, editor do blog

Eu tinha acabado de participar de um processo eleitoral bem inflamado e estava curtindo a vitória, quando meu telefone tocou. Do outro lado da linha, a secretária do empresário Phelippe Daou, que nunca me ligava, pedia que eu o visitasse. Pelo tom de voz grave dela, temi por uma bronca e me coloquei a pensar o que tinha feito de ruim para ele ou para suas empresas.

Reuni alguns documentos numa pasta e rumei para a TV Amazonas. Ele me recebeu de imediato, junto com o inseparável companheiro Milton Cordeiro. Este não falou nada, apenas presenciou o encontro.

Para minha surpresa, a pauta da reunião era única e simples: Phelippe Daou, o todo-poderoso rei da Comunicação na Amazônia, queria me aconselhar a não ser revanchista com um funcionário dele, que atuara de forma ostensiva na campanha do nosso adversário. Cuidava para que não retaliássemos o amigo.

Saí meio tonto da reunião. Como aquele cidadão enorme (nem tanto no tamanho, mas sim na estatura empresarial) ainda conseguia se preocupar com alguém que nem seu parente era? Nem diretor, nem administrador de algum negócio dele. Era um funcionário antigo, que ele meio que adotara como protegido.

Phelippe Daou me mostrou ali que por trás da carapaça do empresário poderoso havia uma pessoa simples, que cultivava amizades e era fiel a elas.

Procurei o governador Eduardo Braga para contar o que havia acontecido. Ele teve a mesma reação que eu: absoluta surpresa. E completou: “que lição ele te deu, hein?” Eu respondi: “Pra nós, né, parceiro?”

É evidente que nós atendemos ao pedido dele. Estávamos tão relaxados após a vitória na eleição que nem pensávamos em retaliar ninguém. Mas Phelippe Daou antecipou-se a algo que poderia acontecer em um futuro próximo e no não esperou a fervura baixar para proteger seu amigo.

É essa a imagem que vou guardar dele.

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