A presidente do Instituto de Proteção ao Meio Ambiente do Estado, Ana Aleixo, foi exonerada hoje pelo governador interino, David Almeida. Ela vinha em rota de colisão com vários deputados que têm empreendimentos considerados ecologicamente incorretos e foi alvo de discursos irados de parlamentares como Orlando Cidade e Dermilson Chagas.

O principais problema dos deputados com Aleixo era o fato dela prestigiar os técnicos do IPAAM e barrar empreendimentos eivados de irregularidades, como os projetos de piscicultura de Cidade, que esconderiam outras atividades.

Na semana passada a agora ex-presidente procurou o governador interino para uma conversa. Nela, afirmou que não continuaria no cargo, mas entregou um relatório detalhado, com alertas. Ela explicou a “birra” dos deputados com o Instituto e recomendou ao novo chefe que não cedesse às pressões, sob pena de pagar um preço alto na Justiça. Pediu ainda que Almeida prestigiasse o corpo técnico do IPAAM.

Aleixo só não caiu antes, durante o governo José Melo, porque é amiga pessoal da ex-primeira dama, Edilene Gomes de Oliveira, que a prestigiava e impedia que a pressão dos deputados levasse o marido a exonerá-la.

Os relatórios do IPAAM sobre os empreendimentos de deputados estaduais já estão em poder de promotores e procuradores do Ministério Público do Estado e do Ministério Público Federal.

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Antonio Stroski, acumula interinamente a presidência do IPAAM. Ana Aleixo volta à Universidade do Estado, onde exerce cargo de carreira como procuradora.