Há quase dois anos a reforma da quadra 4 do Centro de Teinamento da Vila Olímpica está concluída, mas o espaço não é liberado para que praticantes do tênis de mesa possam treinar ou jogar as tradicionais “peladas”. O resultado disso é que eles têm que se submeter a pagar para se exercitar em um local privado, o que vem prejudicando o desenvolvimento do esporte, que sempre foi um dos que mais projetou o Amazonas no cenário nacional.

Foi Clóvis Souza, presidente da antiga Federação Amazonense de Tênis de Mesa, quem conseguiu, com muito esforço, que a Quadra 4 da Vila Olímpica, construída em 1991, fosse usada para a prática do tênis de mesa. Por mais de duas décadas, gerações de atletas foram formadas ali. E as “peladas” eram liberadas nas terças e quintas de noite, além dos finais de semana.

Em 2004 surgiu a Federação de Tênis de Mesa do Amazonas, que substituiu a entidade anterior. Nada mudou. As atividades continuaram até abril de 2016, quando a quadra fechou pra reforma. Inicialmente a obra seria concluída em setembro daquele mesmo ano, mas depois a data foi mudada para março de 2017.

A reforma e modernização da quadra de tênis de mesa contemplou uma nova instalação elétrica, iluminação de LED, colocação de um novo piso adequado para a prática do esporte, reforma no vestiário masculino e feminino, construção de um banheiro para Pessoas com Deficiência, ampliação da arquibancada, climatização do ambiente com 10 aparelhos de ar-condicionado de 10 mil BTUs, reforma da sala de administração da Federação, pintura e colocação de forro.

Antes do início do Projeto Básico, foi feito um levantamento para apurar com atletas e representantes da Federação de Tênis de Mesa do Amazonas (FTMA) as principais necessidades e as mudanças mais significativas, que iriam colaborar com a prática do esporte.  

O Centro de Alto Rendimento de Tênis de Mesa e Escolinha da Vila de Tênis de Mesa sempre funcionaram na Quadra 4.

Desde que a reforma começou os atletas foram encaminhados para uma sala precária no ginásio poliesportivo Amadeu Teixeira.

OS PROBLEMAS

Para entender por que a quadra ainda não foi devolvida aos atletas, é preciso saber o que acontece na Federação de Tênis de Mesa. O presidente José Paulo de Melo Netto foi eleito para o mandato de 2015 a 2018, mas cometeu algumas irregularidades, entre elas a cobrança de taxa para a utilização da quadra, a venda de mesas e a venda de cursos para novos atletas. Ele foi acusado ainda de gastas mais de R$ 20 mil sem prestar contas ao Conselho Fiscal.

No dia 30 de julho de 2016 o vice-presidente da Federação, Israel Barreto, apoiado por atletas de renome, como Mario Costa, conseguiram afastar o presidente e assumiram o comando da entidade. O primeiro é o atual presidente o segundo o diretor técnico.

Ocorre que os dois são sócios de um clube privado, a Associação Esportiva Manaus (foto abaixo), o único onde qualquer pessoa pode praticar o esporte. Existem outros dois na cidade, mas estes são dedicados apenas a alunos de escolas da modalidade.

Por isso, segundo alguns atletas ouvidos pelo blog, os dirigentes não teriam interesse na reativação da quadra 4 da Vila Olímpica, o que contaria com o apoio indireto da atual secretária de Estado de Juventude, Esporte e Lazer, Janaína Chagas.

Como consequência, o Centro de Alto Rendimento da Vila Olímpica, assim como a Escolinha,  espaços onde foram formados os próprios dirigentes da Federação, estão funcionando em um lugar precário.

Os maiores prejudicados são os mais de 40 atletas que têm que pagar para jogar no clube privado. E outras centenas que gostariam de praticar a modalidade, mas não têm condições de pagar.

Com a palavra, a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer e o Governo do Amazonas.

Veja imagens do clube fechado, a obra em andamento em 2016 e um vídeo mostrando a quadra pública reformada: