Ufam cria Observatório da Desinformação e Discursos de Ódio, que pretende combater práticas nocivas na internet

O professor doutor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rafael Hoff, apresentou ontem aos deputados estaduais o projeto “Observatório da Desinformação e Discursos de Ódio”. A iniciativa tem como objetivo desenvolver e aperfeiçoar processos e produtos tecnológicos que contribuam para o combate à disseminação de fake news e discursos de ódio em ambientes digitais.

O projeto também pretende construir um observatório permanente de prestação de serviços à sociedade civil, em parceria com organizações e instituições públicas e privadas, reforçando os valores institucionais da Ufam e de seus parceiros, como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Serviço para a sociedade

O professor doutor Rafael Hoff destacou que o Observatório nasce com eixos de atuação prioritários — meio ambiente, discurso de ódio, mercado de trabalho e eleições — e que pretende levar para fora dos muros acadêmicos o conhecimento técnico-científico produzido na Amazônia.

“Temos eixos de trabalho como meio ambiente, discurso de ódio e mercado de trabalho e também eleições como eixos primários. Mas na medida em que a própria sociedade nos oferece denúncias, busca com a gente informações e laudos técnicos sobre fake news, a gente também investe em outras frentes. Tudo isso para oferecer à sociedade um pouco do conhecimento técnico-científico que é produzido na universidade e não pode ficar lá parado, engavetado, escondido dentro desse ambiente acadêmico”, declarou.

Efetivação de legislação já existente

O “Observatório da Desinformação e Discursos de Ódio” dialoga com a Lei Estadual nº 6.386/2023, de autoria do deputado Wilker Barreto, aprovada pela Aleam, e promete entregar à sociedade uma ferramenta tecnológica confiável e de baixo custo para rastrear e coibir crimes digitais, especialmente no período eleitoral. A proposta prevê que o Parlamento seja parceiro na implementação do Observatório, tornando efetiva a legislação já existente.

Wilker destacou a importância de avançar com o projeto que permitirá à sociedade acompanhar o processo eleitoral de forma mais transparente. Ele explicou que, junto com outros parlamentares, já definiram uma destinação de recursos para que a UEA compre os equipamentos necessários ainda este ano, garantindo que o Observatório seja uma ferramenta efetiva para eleições limpas e de qualidade em 2026.

“Isso é um assunto que interessa à sociedade. Por isso, precisa ser implementado, se possível, ainda este ano. Nós já fizemos aqui um combinado, eu, deputado Felipe Souza, deputado Roberto Cidade, deputada Alessandra Campelo, cada um irá pegar, ainda para este ano, 50 mil reais, para que a UEA, porque é mais fácil para nós operalizarmos uma verba estadual, possa comprar os equipamentos e a sociedade, não só somente gestores e agentes públicos, possa ter acesso. Nós vamos agora cuidar dos recursos necessários para até meados de outubro e novembro, e acredito que antes do final do ano já teremos isso, que será, se Deus quiser, uma grande ferramenta para as eleições 2026 e eu tenho certeza que o TRE fará um bom uso do observatório para que tenhamos eleições limpas, de propostas e projetos”, enfatizou.

Emenda coletiva

O anúncio do apoio coletivo reuniu, além de Wilker Barreto, os deputados Felipe Souza (PRD), Roberto Cidade (União Brasil) e Alessandra Campelo (Podemos). Eles concordaram em destinar recursos por meio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para viabilizar a compra dos equipamentos necessários à implementação do projeto. Ao falar sobre a parceria, Alessandra Campelo reforçou a importância de colocar o conhecimento produzido nas universidades a serviço da população e de acelerar a interação com órgãos de investigação. 

“O que a gente produz ali de conhecimento tem que voltar ao povo […] E a gente tem pressa nisso, porque a sociedade tem pressa em saber a verdade das coisas […] Um software como esse é muito importante, nós quatro que estamos aqui na mesa já concordamos em direcionar o recurso por meio da UEA”, pontuou.

Com o apoio dos parlamentares e a estrutura tecnológica, a expectativa é que o Observatório seja implementado ainda em 2024, tornando-se referência no combate à desinformação e ao discurso de ódio no Amazonas.

Foto por Daniel Santos 

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